segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

-

é quando me entras
vida e vento
portas adentro
olhos de busca
braços de mar
iluminando
com teu sorriso
móveis e plantas
quadros e salas
que eu me revolvo
me envolvo e me dou

é quando me tomas
flores e pedras
e me consomes
em labaredas
gritos e beijos
ferro em brasa
manso caminho
que eu me liberto
sangro e arranho
sou por inteiro

pequeno animal


(Sérgio Napp)

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Contra-padrão


O que me intriga é que as pessoas ainda não estão preparadas para conviver com o diferente...
Todo aquele que tem alguma dificuldade, que não faz parte de um “padrão social aceitável”, todo aquele que tem um gosto exótico, todo aquele que tem um talento incompreendido... enfim, todo aquele que tem um traço distinto. Todos esses são expostos à lâmina de olhares maldosos, à balbúrdia de deboches, ao espetáculo de comentários depreciativos, ao festival de julgamentos tortos. E tudo isso por quê? Por quê?
Por que é difícil e desconfortável se adequar ao diferente? O problema é se alinhar às mudanças? Ou talvez, é egoísmo mesmo... Egoísmo em achar que o que é certo e deve ser preservado é o que faz parte desse mundinho ilusório e bonitinho que se cria?
Ou, na verdade, é coagindo e humilhando essas “pessoas diferentes” que se acha instintivamente a oportunidade de reforçar a autoconfiança. Afinal, quem não é o suficientemente seguro de si, algumas vezes apela para violência moral e emocional para se autoafirmar, para ver o quanto é “respeitado”. Ah, mas de repente...  “esses seres diferentes” sejam apenas um bode expiratório, um lixo emocional onde as pessoas jogam todos seus recalques...
Impressiono-me... fico espantada com essa falta de empatia e mesmo de respeito e gentileza. Porque cada palavra lançada, cada riso de escárnio pode machucar muito, pode tecer traumas, medos, bloquear talentos e força, pode despedaçar vidas e sonhos... e tudo por quê? Por que alguém disse, que o costume disse, que a tradição disse, que a lei da vida disse,  que o “mundo” disse que ser diferente é ruim.
O que me intriga é que as pessoas ainda não estão preparadas para conviver com o diferente... Não estão preparadas para perceber que todos, absolutamente todos têm traços singulares e que ninguém consegue ser igual a outro. Parecido, talvez. Igual, nunca...
Agora me pergunto: imagina se todo mundo pensasse igual? Não existiria Arte, porque viveríamos em crises criativas e mesmices. Não existiria filosofia, porque não haveria questões em aberto para serem refletidas. Até mesmo a ciência sofreria com isso, porque depois de solucionado o problema padrão tudo seria uma receita de bolo. Ah... evolução humana!
Agora, cuidado, muito cuidado ao sair na rua! Há muitas pessoas diferentes... ah... mas pode ser muito pior, talvez você é quem seja o diferente...


(Michelle C. Buss)

.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O Silêncio Das Estrelas - Lenine

Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal
E assim, repetindo os mesmos erros, dói em mim
Ver que toda essa procura não tem fim
E o que é que eu procuro afinal?
Um sinal, uma porta pro infinito, o irreal
O que não pode ser dito, afinal
Ser um homem em busca de mais, de mais...
Afinal, como estrelas que brilham em paz, em paz...
Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal
Um sinal, uma porta pro infinito, o irreal
O que não pode ser dito, afinal
Ser um homem em busca de mais...




.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Curtindo Porto Alegre - Agenda Colaborativa da Cidade


Em conversas com amigos, especialmente aqueles que tem algum envolvimento com arte, sempre discutíamos o quão interessante seria se existisse um site que divulgasse os eventos que acontecem na cidade de Porto Alegre. Esse site funcionaria como uma verdadeira agenda, aonde o internauta iria pesquisar, de acordo com a área de interesse, os eventos do momento.
Muito tempo depois, fiquei feliz em saber que existe um espaço virtual com essa finalidade, o Curtindo Porto Alegre. Com um layout super despojado e funcional, pode-se ficar sabendo sobre o que acontece ou está por acontecer em Porto Alegre. Um ponto super bacana é que a agenda é colaborativa, ou seja, qualquer cidadão poderá publicar e divulgar eventos!
Conforme as palavras do Curtindo Porto Alegre:

Curtindo Porto Alegre, é uma agenda colaborativa criada pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, onde qualquer cidadão poderá publicar e divulgar eventos de interesse público na cidade. Aqui você vai ficar por dentro do que rola sobre Artes, Cinema, Comunidade, Educação, Esportes, Feiras, Gastronomia, Meio ambiente, Música, Noite, Teatro, Tecnologia, Turismo.
Este novo espaço virtual tem por objetivo gerar um amplo mosaico das agendas culturais, esportivas, turísticas e educacionais que acontecem em Porto Alegre, reunindo em um só lugar os principais acontecimentos. O bacana é que você vai poder postar um evento, escolher um programa, curtí-lo, compartilhar com seus amigos e ainda ficar por dentro do que está acontecendo na cidade.
Na página inicial, é possível ver os eventos que acontecem em Porto Alegre e também cadastrar o evento que você quer ajudar a divulgar. Você poderá filtrar sua busca por data/horário, tipo de evento, custo e local.
Para incluir um evento ou convidar amigos para participar de alguma agenda você só precisa se conectar com sua conta no Facebook, mas se você apenas quiser saber o que está rolando na cidade, basta navegar pelo site. 


Legal, né?! Agora, para você que está na capital gaúcha ou virá para cá, basta acessar o Curtindo Porto Alegre para ficar por dentro dos eventos.


http://curtindopoa.com.br/


.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Fukuoka: o paraíso dos gatos - um registro de Fubirai

Fukuoka é uma província japonesa localizada na ilha Kyushu, próximo a Coréia.
O fotógrafo japonês Fubirai passou os últimos cinco anos captando a vida dos felinos que habitam Fukuoka. 
Há uma enorme população de gatos nessa ilha. Os bichanos vivem soltos e são alimentados por pescadores. Dizem que os moradores de Fukuoka acreditam que os gatos trazem sorte e proteção. Um verdadeiro paraíso para os gatos!


Foto: Fubirai.

Foto: Fubirai.

Foto: Fubirai.

Foto: Fubirai.

Foto: Fubirai.

Foto: Fubirai.

Foto: Fubirai.

Foto: Fubirai.

Foto: Fubirai.

Foto: Fubirai.

Foto: Fubirai.

Foto: Fubirai.

Foto: Fubirai.

Foto: Fubirai.

Foto: Fubirai.

Foto: Fubirai.

Foto: Fubirai.

Foto: Fubirai.

Foto: Fubirai.

Foto: Fubirai.

Foto: Fubirai.

Foto: Fubirai.

 Para saber mais sobre o trabalho de Fubirai: 
http://d.hatena.ne.jp/fubirai/

.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Revolução dos aromas: como surgiu o perfume

A origem do perfume entrelaça-se com a história da humanidade.
Através dos odores agradáveis que exalavam da queima de madeiras, nossos antepassados primitivos tiveram o primeiro contato com o que se pode considerar o ancestral do perfume.
Árvores como cedro e pinheiro eram queimadas com a finalidade de seu odor agradar aos deuses. Sândalo, canela, mirra, raízes e cascas de outras ervas eram utilizados em rituais sagrados. É da prática dessa queima que vem o nome perfume: do latim Per fumus, ‘pela fumaça’.
A ligação do perfume com o divino estendeu-se por séculos. No Egito Antigo, aproximadamente no ano de 3.200 a.C., efetiva-se a arte de elaborar perfumes. Os antigos egípcios acreditavam que suas preces chegariam mais rápido aos deuses através da nuvem de fumaça aromática que ascendia aos céus. Além disso, os aromas também acompanhavam o rito de passagem de morte, o corpo do morto devia ser conservado tão inalterado e perfumado quanto possível para o encontro com os deuses. Os óleos essenciais eram comumente utilizados no ritual de mumificação, devido as propriedades anti-microbianas, presentes nas essências de mirra, musgo de carvalho, resina de pinho.
 
Pélatas de rosa para extração de óleo essencial.
 
Ainda nesse período, o perfume começa a se ligar a questões que não eram apenas da ordem religiosa, mas também terapêuticas e de higiene. Cleópatra, a última rainha do Egito, transcendeu as funções do perfume, conferindo-lhe o grau de elemento sedutor. Conta-se que Cleópatra untava-se com essências aromáticas dos pés à cabeça, criava em torno de si uma aura perfumada e recebia Marco Antônio em uma cama repleta de pétalas de rosas.
Não apenas o Egito Antigo, mas a antiga Grécia e a Babilônia reconheciam a importância dos perfumes. Os gregos cultivavam a arte de usar óleos perfumados, devido a suas funções medicinais.  A Babilônia, por volta de 650 a.C., era um centro comercial de especiarias e perfumes da época. Os óleos essenciais eram reconhecidos pelo seu poder terapêutico pelos babilônios.
Os romanos, no período imperial, também eram adoradores  de perfume. O gosto por incensos e óleos aromáticos era realmente notável: Roma, durante o século III, transformou-se em capital mundial do banho (um ritual luxuoso que incluia inúmeras sinergias de óleos essenciais). Além disso, dados constam que aproximadamente 500 toneladas de mirra e 250 toneladas de olíbano chegavam a Roma pelo mar. O gosto pelo perfume era tamanho que até mesmo os cavalos eram perfumados…
Um grande passo na perfumaria foi dado pelos árabes, inventores do primeiro alambique, que durante a Idade Média desenvolveram técnicas de destilação, porteriomente aperfeiçoadas pelos italianos.
Durante a Idade Média, a perfumaria silenciou na Europa Ocidental. Condenada pela Igreja Católica, o uso de ervas aromáticas ficou restrito apenas a fins farmacêuticos e medicinais, ou então de ordem religiosa.
 
Seleção de fragrâncias.
O perfume volta aos palcos da história com toda força no ano de 1370, quando a Rainha da Hungria encomendou o primeiro perfume feito com solução alcóolica, era o nascimento do primeiro perfume moderno intitulado de l’eau de la reine de Hongrie. É Catarina de Médicis quem leva à França em 1533 a cultura do perfume. Esposa do Rei Henrique II, Catarina era apreciadora de perfumes, quando se mudou para França, levou consigo seu perfumista pessoal, Renato Bianco, conhecido como René Blanc, le florentin. A pequena cidade de Grasse, localizada no sul da França, onde eram produzidos as fragrâncias de Catarina, converteu-se em capital nacional do perfume. Durante o reinado de Luis XV é criado o conceito de “corte perfumada”. A arte da perfumaria estava em alta, e as cortes eram reconhecidas por seus aromas. Cada nobre, em média, usava um perfume diferente a cada dia da semana. Rosa, violeta e néroli eram os cheiros mais apreciados.
No século 18, cria-se a ideia de que o perfume está ligado a sedução e sensualidade, surgem novas fragrâncias e fracos diversificados.

Frasco de perfume muito usado no século 18.
A primeira fragrância sintética surge no século 19, é o marco da indústria da perfumaria. Ainda nesse período, a França, reconhecida pelas essências e matérias-primas produzidas em Grasse, transforma-se na capital mundial do perfume.
No século 20, os laboratórios revolucionam a arte da perfumaria, com a descoberta das estruturas das moléculas perfumadas. É nessa época que o perfume ganha sua conotação conceitual: inovador, luxuoso, robusto, chique, sensual, sofisticado, elegante e encantador. Ele também se entrelaça a moda e a beleza.
Atualmente, o perfume não é apenas um privilégio de ricos. Com os avanços da indústria da perfumaria, perfumes tornaram-se mais acessíveis. É claro, que o perfume continua sendo um elemento conceitual, um aglomerado de sensações, imagens, estilos e muito mais. Afinal como dizia o filósofo Jean-Jacques Rousseau: “O olfato é o sentido da imaginação”.

Fontes:
Com Ciência
Jorge Roriz


(Michelle Buss) 
 
 
 
* Texto elaborado para o blog:  http://blog.esteticafacil.com/



.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Sinfonia nº 7, de Mahler, pela primeira vez - 22º Concerto Oficial da Ospa

Foto retirada do site: http://www.revistaluminus.com/


Amanhã, a orquestra recebe o maestro norte-americano Ira Levin e executa, pela primeira vez em sua história, a sétima sinfonia de Gustav Mahler.
O compositor alemão Gustav Mahler nos legou nove sinfonias, deixando ainda uma incompleta. A Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa), em seus 62 anos de história, já apresentou várias delas, mas nunca a sétima, composta no início do século XX. No dia 20 de novembro, terça-feira, às 20h30, no Salão de Atos da Ufrgs, o público terá a oportunidade de ouvi-la na interpretação da Ospa, sob a regência do renomado maestro norte-americano Ira Levin.
Ira Levin hoje vive em Berlim, na Alemanha, e atua frente a diferentes orquestras do mundo. No Brasil, já foi diretor artístico do Theatro Municipal de São Paulo e da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro, em Brasília. Esteve em Porto Alegre para reger a Ospa no ano passado e agora retorna para conduzi-la pelo complexo universo musical de Mahler.
Um dos principais maestros de sua época, Gustav Mahler (1860-1911) demorou para ser reconhecido como compositor. Em meio às crises e contradições da virada de século, sua produção composicional encontra-se no fim da tradição sinfônica clássico-romântica e anuncia, em muitos aspectos, as rupturas expressionistas. Romântico em sua inspiração, foi profundamente moderno em sua linguagem e expressão.
A “Sinfonia nº 7″ foi escrita entre 1904 e 1905, quando Mahler ocupava o mais importante cargo musical do império austro-húngaro, o de diretor da Ópera de Viena. A estreia da sétima sinfonia deu-se apenas em 19 de setembro de 1908, em Praga, com a Orquestra Filarmônica Tcheca. O público foi respeitoso, mas não se entusiasmou. Muito da produção do compositor levou tempo para ser melhor digerida pelos ouvintes. Com a “Sinfonia nº 7″ não foi diferente. Até hoje, segue sendo a sinfonia de Mahler menos gravada.
A execução da obra dura em torno de 84 minutos, e a partitura prevê, como era costume de Mahler, instrumentos não convencionais em sinfonias, como o bandolim, o violão, cowbells e a trompa tenor em si bemol. Para a apresentação da “Sinfonia nº 7″ com a Ospa, o bandolinista Elias Barboza e o violonista Paulo Inda estão entre os músicos convidados.
Os ingressos para o concerto custam R$ 20 e estarão à venda a partir de segunda-feira (19 de novembro), das 11h às 18h, e na terça-feira (das 11h até o horário do espetáculo), na bilheteria do Salão de Atos da Ufrgs (Av. Paulo Gama, 110). Estudantes, maiores de 60 anos e sócios do Clube do Assinante ZH têm 50% de desconto.

O que: 22º Concerto Oficial da Ospa
Quando: Dia 20 de novembro, terça-feira, às 20h30
Onde: Salão de Atos da Ufrgs (Avenida Paulo Gama, 110)
Ingressos: À venda na segunda-feira (19/11), das 11h às 18h, e na terça-feira (20/11), das 11h até o horário do espetáculo, na bilheteria do Salão de Atos da Ufrgs
Valores:
R$ 20 (público em geral) e R$ 10 (estudantes, sêniors e sócios do Clube do Assinante ZH)
Programa
Gustav Mahler: Sinfonia nº 7
Regente: Ira Levin




* Informações retiradas do site da Ospa (http://www.ospa.org.br)

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Depois da 58ª Feira do Livro de Porto Alegre...

Foto retirada do site Mundo das Tribos.

Enfim, passada a 58ª Feira do Livro de Porto Alegre gostaria de contar quais foram minhas aquisições, sucessos e insucesso, surpresas.
Como já havia relatado anteriormente, fiz uma pequena listinha de livros que gostaria de obter:

1) Memórias do subsolo (atualmente, Notas do Subsolo), de Fiódor Dostoiévski.
2) No caminho de Swann, de Marcel Proust.
3) Papéis Avulsos, de Machado de Assis.
4) Melhores poemas de Paulo Leminski.
5) Bashô um santo em mim, de Ricardo Silvestrin.

No meu primeiro dia de Feira comprei livros fora dessa lista: "O Profeta", de Khalil Gibran; "E o sol também se levanta", de Hemingway; "As viagens de Gulliver", de Jonathan Swift. No segundo dia, adquiri: "Tonio Kroger e Morte em Veneza", de Thomas Mann; "No caminho de Swann, de Marcel Proust e "Notas do Subsolo", de Dostoiévski . Como só estive de passagem nessa segunda vez, não me detive em buscar por outras obras.
Resolvi regressar no antepenúltimo dia de Feira (doce ilusão de achar que talvez encontrasse algum descontro extra). O dia estava terrivelmente quente, pobres livros naquele calorão! Dessa vez, tinha posto na cabeça que eu traria para casa os demais livros da lista (e mais nada de extras!!) que eu ainda não tinha encontrado. Caminhei bastante, bastante mesmo. Fui em inúmeras barraquinhas atrás dos títulos... perdi o números de quantas vezes me responderam: "não temos!".
Dentre essas inúmeras negações, fiquei chocada quando um livreiro me disse com ironia que "Leminski é coisa rara" e ainda por cima "que era muito caro para se comprar". Como assim?? Agora sou um objeto de ímpar estranheza por admirar Leminski?! E mais, quem disse que não vale a pena pagar pelas obras dele?? Cada coisa que a gente escuta nessa vida... Mas não parou por aí, fui em outra barraquinha atrás de Leminski, Ricardo Silvestrin e Guilherme de Almeida... a reação não chegou a ser grosseira que nem a do livreiro anterior, mas esteve um tanto perto. Poxa vida, será que não se pode mais apreciar a boa poesia contemporânea?! Poesia também é literatura, oras!
No fim perdi a paciência de ficar andando e escutando impropérios. Assim, fui direto ao balcão de informações. Um rapaz muito gentil me atendeu. Indaguei quais livreiros vendiam Companhia das Letras, depois de sanada a dúvida, fui a caça! Nessa altura, já tinha desistido dos poetas, desejava pelo menos levar para casa Machado de Assis, editado pela Companhia das Letras. Graças a todas a luzes do Universo, consegui!!! Diferente de outros atendimentos, o pessoal que me vendeu "Papéis Avulsos" foi nota dez. 
Triste porque não tinha achado os poetas fui à banca da L&PM. Comprei "Contos Gauchescos e Lendas do Sul", de Simões Lopes Neto, com notas de Luis Augusto Fischer. Obra que já queria há tempos e que agora estava sendo solicitada a leitura para disciplina de Literatura Brasileira B.
Logo depois que pus os pés em casa, acessei meu Facebook, ainda estava indignada com a história do Leminski. Escrevi na minha linha do tempo o ocorrido. Bacana foi ver as pessoas compartilhando minha indignação. Mas o mais surpreendente, foi que senhor Ricardo Silvestrin se manifetou, foi super gentil me orientando onde poderia conseguir suas obras. E no fim, depois de dar salvas a Leminski e Guilherme de Almeida, disse: "Cada livreiro tem o livro que merece!". Disse tudo, senhor Silvestrin! Certíssimo!
Resumo da ópera dos livros adquiridos:
 
1) Memórias do subsolo (atualmente, Notas do Subsolo), de Fiódor Dostoiévski.
2) No caminho de Swann, de Marcel Proust.
3) Papéis Avulsos, de Machado de Assis.
4) O Profeta, de Khalil Gibran
5) E o sol também se levanta, de Hemingway
6) As viagens de Gulliver, de Jonathan Swift
7) Tonio Kroger e Morte em Veneza, de Thomas Mann
8) Contos Gauchescos e Lendas do Sul, de Simões Lopes Neto

domingo, 11 de novembro de 2012

Crime e Castigo


Crime e Castigo é um livro do renomado escritor russo Fiódor Dostoiévski publiado em 1886.
Obra clássica da literatura universal, esse livro narra a trajetória de Rodion Românovitch Raskólnikov, um jovem russo ex-estudande de Direito.
Vivendo em circustâncias miseráveis e angustiado por suas inquietações internas, Rodion depara-se com profundas reflexões espirituais e existencialistas. Guiado pelo desejo de realizar uma ação significativa e pondo em prática seu preceito (Rodion divide os indivíduos em ordinários e extraordinários, numa tentativa de explicar a quebra das regras em prol do avanço humano), buscando posicionar-se como um indivíduo extraordinário, o personagem esquematiza e concretiza a morte de uma agiota.
Após o crime, Rodion imerge em delírios, trava lutas com sua consciência, cai em profundas reflexões.
O estilo do mestre Dostoiévski é obscuro, quando menos se espera, o leitor é tragado para o sombrio, um mergulho nas inquietações, no drama psicológico de Rodion. O que é loucura? Cada ser carrega em si um traço de loucura? O limiar entre a sanidade e o delírios é muito tênue. Em elaborados jogos de palavras, malhas de pensamentos que configuram a trama, o leitor passeia pelos cenários de São Petersburgo, vivencia debates de temas referentes ao regime socialista e filosofia niilista, acompanha a trama de demais personagens que vão pintando sua presença no decorrer do romance.
Obra indicadíssima. Nos primeiros capítulos a leitura parece ser um tanto lenta, mas na medida que a estória vai se desenvolvendo, a trama prende o leitor. É um verdadeiro mergulho a um emaranhado de indagações, de atmosfera sombria e delirante em busca da redenção.




...

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Aos Meus Mestres

Ressoa a mesma série harmônia nos ouvidos justos e injustos,
O som das esferas perspassa o sentido de nobreza,
reverbera o eco das estrelas ante qualquer inteligência,
O ar que a poesia flutua é respirado por poetas da corte e da sarjeta,
O pulsar do coração de um cão, não é menos musical que o do maestro.


(Alberto Ritter Tusi)



 .

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Evento Hana to dango - Flores e comidas


.

Jogo Rápido



Perguntas aleatórias, fragmentos de memórias, gostos, desgostos... pura curiosidade! Agora, de tempos em tempo, a proposta é publicar pequenas entrevistas cedidas por algumas pessoas (em geral, ligadas as artes).
Dividir, repartir, compartilhar, cativar e inspirar.

ATÉ BREVE!




.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

58ª Feira do Livro de Porto Alegre


Nada melhor que no dia Nacional do Livro, falar sobre a Feira do Livro de Porto Alegre!
Esse ano a Feira do Livro de Porto Alegre está na sua 58ª edição, o tema é: (Abra um espaço para o livro). A Feira ocorre entre os dias 26 de outubro à 11 de novembro. Como sempre, a Feira tem uma programação repleta de eventos culturais, autógrafos, apresentações, oficinas e é claro, a presença de inúmeras livrarias e editoras.
Como gosto de dizer: nem natal, nem ano novo, nem páscoa, muito menos carnaval... minha época do ano favorita, aquela que conto os dias para chegar, é a Feira do Livro de Porto Alegre.
Adoro passear pela Feira e explorar aquele universo fantástico de conhecimento, cultura e história. Divirto-me demais descobrindo novos livros, resgatando alguns mais antigos (adoro livro antigo com capa dura!), observando a diversidade de assuntos.
Levo sempre uma listinha de livros para comprar (lógico que sempre tem as compras extras... impossível resistir)... Esse ano, fui prestigiar a Feira ainda no primeiro dia! Dentro da minha lista oficial estavam os títulos:

1) Memórias do subsolo (atualmente, Notas do Subsol), Fiódor Dostoiévski.
2) No caminho de swann, de Marcel Proust.
3) Papéis Avulsos, Machado de Assis.
4) Melhores poemas de Paulo Leminski.
5) Bashô um santo em mim, de Ricardo Silvestrin.

Nem bem pus os meus olhos nos balaios de saldos e instintivamente minha mão pousou em "O Profeta", de Khalil Gibran. Julguei essa ação inesperada uma conspiração do universo e, claro, TIVE que acabar comprando!  Depois dessa feliz aquisão, fui à procura do mestre Dostoiévski e do senhor Proust. Para minha tristeza, não encontrei os títulos que queria!!! Absurdo!! Heresia!!!! Ventos contrários! Mas tudo certo, encomendei-os em uma das tendas para pegar outro dia (no caso hoje!). Só que, eu não poderia voltar para casa inconsolada do jeito que estava... assim, resolvi dar uma observadinha nos títulos. Aí, quando menos esperava, deparei-me com "E o sol também se levanta", de Hemingway e "As viagens de Gulliver", de Jonathan Swift, em edições antigas, com capa dura e folhas douradas. Como resistir??? Como? Não dá, tenho um fraco por livros!
Voltei para casa satisfeita com minhas compras (extras), enquanto prometia a mim mesma que não compraria mais nada além do combinado. 
Ah... mas as forças literárias da existência, quando se resolvem, são capazes de mudar destinos! Hoje, quando fui buscar o mestre Dostoiévski e o senhor Proust, deparo-me com o senhor Thomas Mann! Achei que ele seria tão bom amigo dos outros dois que acabei levando o duplo "Tonio Kroger e Morte em Veneza" - tudo obras dessas forças literárias da existência!
É... e estamos recém no quarto dia de Feira...
Até agora, comprei apenas 2 livros que constam em minha lista e 4 extras!!!!!! Melhor deixar para voltar à Feira apenas nos últimos dias, antes que eu compre mais alguns "intrusos". Entretanto, o bom de tudo (para meu alívio, aliás...) é que meu gasto foi bem pequeno comparado a quantidade. Cada livro saiu em torno de R$10,00. 
A minha próxima missão na Feira é buscar Machado de Assis, Leminski e Silvestrin!
Aguardem!!!




.


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Miss Potter


Helen Beatrix Potter foi uma importante escritora e ilustradora inglesa, célebre pelos seus livros infantis. O filme Miss Potter conta a infância e maturidade Beatrix, que mantinha sua privacidade guardada a sete chaves, a ponto de escrever um diário em código, compreendido somente 15 anos após sua morte.
Miss Potter leva o espectador aos cenários de Londres do final do século 19. Dotada de uma enorme imaginação e sensibilidade, Beatrix desde menina transporta ao papel o mundo que percebe. Exímia desenhista e contadora de história, Beatrix quebra paradigmas de seu tempo rumo a profissão de escritora e ilustradora. Em meio a esse mundo cheio de magia e descobertas, o coração de Beatrix bate mais forte... desde então, a vida da escritora é recheada de fortes emoções.
Miss Potter é um filme emocionante. uma verdadeira lição de vida. Seu enredo é ao mesmo tempo forte, suave e mágico. Fotografia, cenário e figurinos são excelentes, eles remetem o espectador à cena.




.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

A arte de Natasha Sazonova

"(...) as pessoas em qualquer lugar do mundo têm sentimentos semelhantes, sonhos e desejos. E que as pessoas, independemente de sua herença, respondem a arte honesta."

A pintura sempre tingiu a trajetória de vida da artista ucraniana Natasha Sazonova, nascida no dia 22 de julho de 1978. Atualmente, Sazonova reside nos Estados Unidos, onde seu trabalho tem tido ampla divulgação, inclusive marcando presença no Museum of Art and Design in New York City.
Adoradora de pinturas altamente criativas e retratos não convencionais, Natasha tem em sua arte uma variedade de estilos: ilustrações, colagens (ricas em detalhes e cores) e pinturas. Ela gosta especialmente de criar retratos de mulheres ou cenas de fragmentos de loucura (ilustrações surrealistas).
Em seu site, ela costuma se comunicar de forma aberta com o público. Expressa o que gosta, o que acredita, incentiva as pessoas à arte e diz as razões que originaram cada obra.
Natasha é fluente em quatro línguas (ela investe muito em sua auto-educação, defendendo a importância do conhecimento diversificado na formação de um bom artista e ilustrador), domina assuntos da área da política, filosofia e literatura mundial. Em tempo livre, ela pratica jardinagem e culinária. Ela acredita que cada dia é uma benção e que a beleza pode ser encontrada em todos os lugares.

"Modern Woman" (2009)

"Finding my religion" (2009)

"Expressionistic crying bride" (2000)

"Sunflower Nymph" (2006)

"Flapper beauty" (2009)

"Urban Angel" (2006)

"Wine, love and a Siamese cat" (2005)

"Midnight breakfast" (2005)

"Family tree" (2005)

"Two cats and a good book" (2005)


Para saber mais, acesse:
http://www.artns.us/


.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O que é política?

Não sou o tipo de pessoa que aprecia escrever textos sobre moralidade ou gritar protestos. Não, definitivamente não é meu gênero favorito. Entretanto, observando essa última eleição, envolvi-me em reflexões sobre o quanto o cidadão vota de forma consciente. Será mesmo que somos munidos de consciência política?!
Quantas pessoas sabem o que realmente significa política? Você sabe??
Considera-se Política a arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados. Uma ciência voltada para zelo aos assuntos internos e externos da nação.
A política é oriunda da Grécia, surge nos tempos em que os gregos estavam organizados em cidades-Estados nomeadas “polis”. O termo política deriva-se do grego antigo πολιτεία (politeía), que indicava todos os procedimentos relativos à “polis”, ou cidade-Estado. Sendo assim, o termo política está estreitamente ligado ao significado de sociedade, comunidade e coletividade.
Isso sugere que toda a pessoa que ocupa um cargo político deveria trabalhar em prol da sociedade, pelo bem da coletividade. Mas será que isso é levado à risca quando um político elege-se?! Pelo jeito não... quantas denúncias de corrupção, promessas não cumpridas, ações de interesse pessoal, atos de ilegalidade pintam o nosso cenário político? Inúmeros... A palavra política distorce-se em significados negativos e o povo já está acostumado a associar política com sujeira, devido ao péssimo comportamento de nossos candidatos. E isso acontece por quê?!
Boa parte dos nossos candidatos participa de uma eleição por puro interesse pessoal, seja pelo status ou pelo lucro que isso adicionará a suas vidas. Ideias de coletividade, sociedade, muitas vezes são postos em segundo plano, ou então, lembrados na hora da reeleição, mostrando os “serviços” prestados à comunidade. Como se fosse obrigação um político prestar serviços à comunidade, quando na verdade é um dever, já que a política deveria estar preocupada tão somente com a administração e organização de uma sociedade
Mas é claro que não é apenas responsabilidade dos nossos políticos se as coisas não andam bem. É também dever do cidadão participar desse cenário de forma consciente. Como isso? Votando com discernimento (não na sigla do partido, nem na pessoa, mas nas propostas) e depois de eleito o candidato, relembrando-o de cumprir o que foi descrito em seu plano de governo.
Certo, isso seria o ideal, não é mesmo? Pena que nós sabemos que POUCAS pessoas agem dessa forma. Que maior parte das vezes o que ocorre é:
 - Boa parte da população por comodismo ou por frustração com o cenário político, acha que política é algo sujo ou desimportante.
- Um número considerável da população vive uma “cegueira política”, votando apenas na sigla. Não importa se os candidatos não são aptos, o que importa é que ele é da sigla tal. Ou então, outra categoria de “cegueira política” é votar na pessoa: porque eu conheço o fulano, porque ele é bom, legal, ou bonito. Esquecem-se de analisar se esse fulano é mesmo competente e se suas propostas condizem com a realidade.
- Política virou sinônimo de “lucro” ou “status”. Algumas pessoas candidatam-se ou para serem bem pagas, ou para serem reconhecidas, ganharem fama.
- O eleitor vota porque seus interesses pessoais condizem com as “promessas” do candidato.
E aí, vira essa bagunça, essa sujeira, essa desilusão. Quando em graus elevados de distorção, o mau uso da política acaba se tornando o motivo para separar famílias, vizinhos, amigos... provocando rivalidades ao ponto de destruir e aniquilar vidas. É o mau uso da política agindo em âmbito pessoal, tudo é levado a nível pessoal: “se fulano votou no candidato rival ao meu, não é porque ele tem uma opinião e ideais diferentes de mim, é porque ele é um filha da puta, mesmo”. “Se ciclano apoia tal político que não é o meu, ele é ignorante e daqui para frente meu inimigo”... e por aí a banda toca. Ah, mas você pode ter achado um exagero tudo isso... quem sabe, um pouco. Mas garanto que não é nada muito diferente do que tenho visto.
É que nos falta consciência política, é que nos falta cumprir nossos deveres de cidadão, é que nos falta coragem e força de vontade para defender nossos direitos de cidadão. Aí é claro, tudo muito claro: o que deveria servir para organizar uma sociedade, serve para desorganizar.
Não sou o tipo de pessoa que aprecia escrever textos sobre moralidade ou gritar protestos. Só que cansei de comodismo, cansei de apenas reclamar e reclamar, sem nada fazer. Que esse texto seja um pequeno passo de civismo (misturado ao desabafo), para os meus demais que estão por vir. 

(Michelle Buss)


.