domingo, 9 de novembro de 2014

AWEN - Vivência Celta


O Awen é o princípio, a criação da vida, a concepção divina que manifesta o Ser.

A = o princípio masculino, a força, o vigor, a virilidade;
W (pronuncia-se como um “U”) = o princípio feminino, a graça, a beleza, a intuição
EN = a criança, o resultado do encontro de duas partes “distintas”, a conclusão de algo “inesperado”, ainda se formado fisicamente, passivo de uma “formação intelectual”, a semente do futuro.


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terça-feira, 4 de novembro de 2014

Lançamento do livro Mosaicos, de Michelle C. Buss, em São Paulo.


A Editora Patuá convida a todos para o lançamento em São Paulo do livro "Mosaicos", poemas de Michelle C. Buss.
No mesmo dia a Editora Patuá comemora o prêmio ProAC - Programa de Ação Cultural - que recebeu em 2014 para a realização da Coleção Patuscada 2.
O evento será realizado dia 08/11 (sábado) a partir das 19h no Bar Canto Madalena - Rua Medeiros de Albuquerque, 471 - São Paulo - SP
A entrada para o evento é gratuita e o livro estará à venda por R$ 30,00 (ATENÇÃO: pagamento apenas em dinheiro ou cheque).
O livro já está à venda em nosso catálogo. As compras pelo site podem ser parceladas em até 12x. Aproveite!
Amigos e leitores de outras cidades que realizarem a compra antes do lançamento receberão o livro autografado após o evento. Aproveite!
 


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quinta-feira, 30 de outubro de 2014

O Brasil é todo brasileiro

Para nós pensarmos, refletirmos bem... O que é Brasil? Quem é o Brasil? Diferenças importam tanto assim? E importam em que? Ter opiniões e posicionamentos políticos diferentes é natural e direito de todos, agora preconceito e imposições...





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quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O amor acaba

O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova Iorque; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba. 

 (Paulo Mendes Campos)

Texto extraído do livro "O amor acaba", Editora Civilização Brasileira – Rio de Janeiro, 1999, pág. 21, organização e apresentação de Flávio Pinheiro. 


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terça-feira, 21 de outubro de 2014

Mantras para Vida - Deva Prema & Miten com Manose


Eu poderia dizer que foi lindo, mas... foi mais que lindo. Foi sublime. Uma experiência que eu jamais esquecerei. Deva Premal e Miten com o maestro Manose estiveram em turnê em Porto Alegre no dia 20 de outubro e tive a alegria de assistir o show ao lado da amiga e artista Denise de Freitas. Foi mágico. O show durou em torno de 3 horas, 3 horas de muita meditação, música e boa energia.
Deva, Miten e Manose são pessoas maravilhosas e carismáticas, são artistas de alma (aquele que você percebe que está sentindo a música, vivendo a música). Eles cantaram Gayatri, Om Tare, Ide were, entre outros. Também cantaram uma canção linda em língua portuguesa, emocionando a todos.
Não foi um simples show, não houve apenas um desempenho artístico incrível. Não. Foi uma apresentação com tudo isso, mas também um momento de cura, de amor, de conexão e descoberta. E sim, sou fã deles e posso dizer com tranquilidade que quero vê-los tocando ao vivo muitas e muitas vezes.
No final do show, tive a alegria de poder entregar um Mosaicos para o maestro Manose, um pequeno presente meu para esses três grandes artistas.

Michelle e Manose. (Fotografia: Denise de Freitas)


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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Poema Diário

Poema Diário, é um blog de autoria de Daniel Russel Ribas. Como o próprio autor explica, é " um blog em que diariamente é postado um poema diferente de autores diversos, vivos e mortos. Trata-se de uma iniciativa de divulgação de material criativo, sem fins lucrativos."
O bacana dessa proposta é ver autores renomados ao lado de autores novos, é um diálogo interessante entre diversos estilos literários. No Poema Diário você encontra Rimbaud, Drummond, Bandeira, Celília Meireles, Alfonisa Storni e por aí vai. Outro ponto interessante, são os poemas escolhidos pela sensibilidade de Ribas... muitas vezes somos apresentados a poetas que nunca tínhamos ouvido falar antes, o poema eleito funciona como um cartão de visitas, estimulando a nossa curiosidade para conhecer mais do autor escolhido. Há quem diga ainda que o poema diário, muitas vezes, funciona como o mantra que desenha aquele dia. Aí, é claro, vai muito da identificação de cada um!
E aí, que tal dar um conferida lá e saber que poema o Ribas escolheu hoje para gente?





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sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Olhos Parados - Manoel de Barros

a Mário Calábria


Ah, ouvir mazurcas de Chopin num velho bar, domingo
de manhã!
Depois sair pelas ruas, entrar pelos jardins e falar
com as crianças.
Olhar as flores, ver os bondes passarem cheios de
gente,
E encostado no rosto das casas, sorrir...

Saber que o céu está lá em cima.
Saber que os olhos estão perfeitos e que as mãos estão
perfeitas.
Saber que os ouvidos estão perfeitos. Passar pela
Igreja.
Ver as pessoas rindo. Ver os namorados cheios de
ilusões.

Sair andando à-toa entre as plantas e os animais.
Ver as árvores verdes do jardim. Lembrar das horas
mais apagadas.
Por toda a parte sentir o segredo das coisas vivas.
Entrar por caminhos ignorados, sair por caminhos
ignorados.

Ver gente diferente de nós nas janelas das casas, nas
calçadas, nas quitandas.
Ver gente conversando na esquina, falando de coisas
ruidosas.
Ver gente discutindo comércio, futebol e contando
anedotas.
Ver homens esquecidos da vida, enchendo as praças,
enchendo as travessas.

Olhar, reparar tudo em volta, sem a menor intenção
de poesia.
Girar os braços, respirar o ar fresco, lembrar dos
parentes.
Lembrar da casa da gente, das irmãs, dos irmãos e dos
pais da gente.
Lembrar que eles estão longe e ter saudades deles...

Lembrar da cidade de onde se nasceu, com inocência, e
rir sozinho.
Rir de coisas passadas. Ter saudades de pureza.
Lembrar de músicas, de bailes, de namoradas que
a gente já teve.
Lembrar de lugares que a gente já andou e de coisas
que a gente já viu

Lembrar de viagens que a gente já fez e de amigos que
ficaram longe.
Lembrar dos amigos que estão próximos e das
conversas com eles.
Saber que a gente tem amigos de fato!
Tirar uma folha de árvore, ir mastigando, sentir
os ventos pelo rosto...

Sentir o sol. Gostar de ver as coisas todas.
Gostar de estar ali caminhando. Gostar de estar assim
esquecido.
Gostar desse momento. Gostar dessa emoção tão cheia
de riquezas íntimas.
Pensar nos livros que a gente já leu, nas alegrias dos
livros lidos.

Pensar nas horas vagas, nas horas passadas lendo as
poesias de Anto.
Lembrar dos poetas e imaginar a vida deles muito
triste.
Imaginar a cara deles como de anjos. Pensar em
Rimbaud,
Na sua fuga, na sua adolescência, nos seus cabelos cor
de ouro.

Não ter idéia de voltar para casa. Lembrar que a
gente, afinal de contas,
Está vivendo muito bem e é uma criatura até feliz.
Ficar admirado.
Descobrir que não nos falta nada. Dar um suspiro bom
de alívio,
olhar com ternura a criação e ver-se pago de tudo.

Descobrir que, afinal de contas, não se possui
nenhuma queixa
E que se está sem nenhuma tristeza para dizer no
momento.
Lembrar que não sente fome e que os olhos estão
perfeitos.
Para falar a verdade, sentir-se quite com a vida.

Lembrar dos amigos. Recordar um por um.
Acompanhá-los na vida.
Como estão longe, meu Deus! Um aqui. Outro lá, Tão
distantes...
Que fez deste o destino? E daquele?
Quase vai se esquecendo do rosto de um... Tanto
tempo!

Ter vontade de escrever para todos os amigos.
Ter vontade de lhes contar a vida até o momento
presente.
Pensar em encontrá-los de novo. Pensar em reuní-los
em torno de uma mesa,
Uma mesa qualquer, em um lugar que a gente ainda não
escolheu.

Conversar com todos eles. Rir, cantar, recordar
os dias idos.
Dar uma olhadela na infância de cada um. Aquele
era magro, Venício...
Aquele outro era gordo, Abelardo...Aquele outro
era triste.
Ai, não esquecer jamais este último, porque era
um menino triste.

Como andarão agora? Naturalmente, mais velhos,
Talvez eu não conhecerei alguns. Naturalmente, mais
senhores de si.
Imaginar todos eles com ternura. Pensar nos mais
fracos,
Naqueles, naturalmente, para quem o mundo deve ter
sido menos bom.

Pensar que eles já vêm. Abrir os braços.
Procurar descobrir, no mundo que os envolve,
Alguma voz que tenha acento parecido,
Algum andar que lembre o andar longínquo
de algum deles...

Ah como é bom a gente ter infância!
Como é bom a gente ter nascido numa pequena
cidade banhada por um rio.
Como é bom a gente ter jogado futebol no Porto de
dona Emília, no Largo da matriz,
E se lembrar disso agora que já tantos anos são
passados.
Como é bom a gente lembrar de tudo isso. Lembrar
dos jogos à beira do rio,
Das lavadeiras, dos pescadores e dos meninos do Porto
Como é bom a gente ter tido infância para poder
lembrar-se dela.
E trazer uma saudade muito esquisita escondida no
coração.

Como é bom a gente ter deixado a pequena terra em
que nasceu
E ter fugido para uma cidade maior, para conhecer
outras vidas.
Com é bom chegar a este ponto de olhar em torno
E se sentir maior e mais orgulhoso porque já conhece
outras vidas...

Como é bom se lembrar da viagem, dos primeiros dias
na cidade,
Da primeira vez que olhou o mar, da impressão de
atordoamento.
Como é bom olhar para aquelas bandas e depois
comparar.
Ver que está tão diferente, e que já sabe tantas
novidades...
Como é bom ter vindo de tão longe, estar agora
caminhando
Pensando e respirando no meio de pessoas desconhecidas
Como é bom achar o mundo esquisito por isso,
muito esquisito mesmo
E depois sorrir levemente para ele com os seus
mistérios...

Que coisa maravilhosa, exclamar. Que mundo
maravilhoso, exclamar.
Como tudo é tão belo e tão cheio de encantos!
Olhar para todos os lados, olhar para as coisas mais
pequenas,
E descobrir em todas uma razão de beleza.

Agradecer a Deus, que a gente ainda não sabe
amar direito,
A harmonia que a gente sente, vê e ouve,
A beleza que a gente vê saindo das rosas; a dor
saindo das feridas.
Agradecer tanta coisa que a gente não pode acreditar
que esteja acontecendo.
Lembrar de certas passagens. Fechar os olhos para ver
no tempo.
Sentir a claridade do sol, espalmar os dedos, cofiar
os bigodes,
Lembrar que tinha saído de casa sem destino, que
passara num bar, que ouvira uma mazurca,
E agora estava ali, muito perdidamente lembrando
coisas bobas de sua pequena vida.

Vazios Volúveis - Leonardo MAthias



Vazios não tão vazio, vazios com sussurros, vazios oscilantes. Vazios Volúveis, exposição do artista paulista, Leonardo MAthias, em cartaz na galeria Arte&Fato até o dia de hoje, 10 de outubro.
O quanto o vazio é vazio? Essa pergunta ficou soando em minha mente enquanto eu me aventurava na exposição, ao lado da doutoranda em psicologia, Clarissa de Freitas. Vazios Volúveis tem algo de contemplativo, ousado, criativo e também perturbador. Perturbador, especialmente, porque provoca com a volubilidade do vazio, seus intervalos, os sussurros pairando no silêncio que tocam e sacodem a alma, levando-nos a um estado de perplexidade e reflexão. Tem o eco de um grito em Vazios Volúveis, tem intervalos de vidas, o confronto e o encontro do rosa com o azul, do azul com o rosa.
Clarissa me apontou para o diálogo que ocorria dos objetos expostos com os desenhos, o quanto um objeto pode ser lido de outra forma, sem deixar de ser o objeto, sem deixar de ser um fragmento da verdade. Também nos atentamos ao uso da transparência, da sobreposição, que provocam uma quebra: o quanto o que se vê é de fato o "objeto real"? Há uma brincadeira entre essa visão turvada, as quebras de tempo, as sobreposições construindo uma realidade que transita pela ordem do interno e teima em cruzar para o externo. Tem algo de poético, algo de repouso que oscila com momentos de conflito. A noite também se faz presente em Vazios Volúveis, a noite que muitas vezes é acompanhada do feminino. A noite que às vezes é um estado de alma... e o feminino que se mistura ao ambiente, tão sutilmente e tão presente, quanto a fragrância de um perfume que toma conta de um espaço.
Vazios Volúveis é uma experiência que acaba tocando todos os sentidos. Vazios nem sempre são tão vazios assim...



Horário: 14h às 19h (2ª a 5ª feiras) / 11h às 17h (6ª)
Local: Arte&Fato Galeria
Endereço: Avenida Protásio Alves, 1.893 - Petrópolis


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quinta-feira, 2 de outubro de 2014

"Conto com poesia" com Michelle C. Buss e Moema Vilela


"Conto com poesia"
 Leituras e bate-papo com as escritoras Michelle C. Buss e Moema Vilela.
O encontro, produzido pela FestiPoa Literária Revisitada e Sampleada, reúne uma poeta e uma ficcionista para co...nversar sobre produção literária, ofício de escrita e leituras, com mediação do poeta e professor de literatura Guto Leite.
A terceira edição da atividade, que já contou com as participações de Paula Taitelbaum e Pedro Gonzaga, Cláudia Tajes e Everton Behenck.


Onde: Palavraria Livros & Cafés (rua Vasco da Gama, 165) 
Quando: 07/outubro, às 19h 
Entrada Franca



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sexta-feira, 26 de setembro de 2014

O que você veria?


(madrugada de 31/05/2014) 

O que você veria, se hoje fosse seu último dia?
Nesse lugar, nessa Terra, bem aqui...

Acho que veria os seus sonhos
Seus verdadeiros amigos, e sua família

Veria a distância e o tempo de outra forma
E toda a beleza da Criação, bem aqui...

Veria a riqueza na simplicidade e, acredite
O Sol como se fosse a primeira vez...

Veria seus medos e culpas, todos
Transformados em sabedoria

Tudo aquilo que parecia tão distante
Tão perto, que você até tocaria

Passado, presente e futuro, num só
E certamente, você os uniria

Sentiria a batida do seu coração
E nele, todo um encanto e magia

Veria a vida como um carrossel
Em baixo e no alto, eu sei que você iria sorrir

Viriam as lágrimas, talvez
E assim, você entenderia melhor o que é a alegria

Olharia para o céu, nunca tão perto
E de verdade, você agradeceria

Compreendendo que Deus está em todo lugar
A tua Fé assim, renasceria

Quem sou eu? Quem eu seria?
A voz do teu coração, teu maior guia

Derrame seus dons onde estiver
Não passará duas vezes pelo mesmo caminho

Talvez você tenha uma longa jornada
E sei que vai se sair muito bem, eu sei...
Pois no final de tudo isso
Tua lembrança será de ternura
E, o mais importante
Vai voltar ao verdadeiro lar, sorrindo...
Por todas as minhas relações!

Mitacuye Oyasin!

(João-de-Barro)


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domingo, 21 de setembro de 2014

William S. Burroughs




Segue, abaixo, um texto de Marcelo Rezende publicado no caderno Ilustrada do jornal Folha de São Paulo do dia 29 de agosto de 1997 falando de William Burroughs. Acho que é um texto capaz de aguçar a curiosidade de quem ainda não conhece a obra deste grande experimentador da prosa americana. Logo após o texto vai um poema do cara. 

O príncipe negro da literatura sobrevive 
de Marcelo Rezende 

Para sempre, como uma condenação, um viciado. De William Burroughs, o romancista, ator, pintor, panfletário e poeta, morto no último dia 2 de agosto, aos 83 anos, a mídia de língua inglesa se lembrará assim.
No lugar do aventureiro, o heroinômano. Ocupando o espaço do cultor da prosa experimental, "reinventor" da ficção científica e herdeiro exaltado do surrealismo, o consumidor compulsivo de haxixe no Marrocos, de cannabis no México ou de anfetamina na ensolarada -- para ele quase nunca a luz -- costa da Califórnia.
''Junky'' ("Drogado") é então menos um romance, um relato e uma memória, mas, antes, uma carta de intenções de quem, pelas escolhas da prosa e da vida, tem a extrema pretensão de não caber no Ocidente.
O ano é 1953, em uma década de grandes acontecimentos. Burroughs já havia matado sua mulher com um tiro, alegando ter sido um acidente infeliz. Morre também, com o caso, os restos de sua heterossexualidade relutante. Até o fim, amará apenas meninos.
O livro é então caçado e proibido, pois a ninguém interessa a história de um homem que rouba, mente e ataca em nome do vício para, no final, aprender ser a vida o acúmulo de casos sem sentido, decretando que uma moral só é possível em fábulas infantis.
Não é um gênio. Não é o melhor nem mesmo o único. Seguem seu rastro o poeta Allen Ginsberg (1926-1997) e o romancista Jack Kerouac (1922-1969). São a ''beat generation'' e estão infelizes com os EUA da opulência do pós-guerra e da idéia de uma vida correta. Um desconforto que pretende oferecer alternativas aos que não se ajustam aos bons costumes.
Mas tudo se dissolve nos anos 60. Há agora contracultura, Beatles, maio de 68 e LSD. Ele sabe que não dará certo. É impossível, parece-lhe. O mundo está condenado ao inferno da ditadura infeliz da classe média, ou do totalitarismo, pensa em Paris, Londres ou na selva latino-americana.
Prevê doenças assassinas. Espera o dia em que os governos possam controlar a mente de seus cidadãos, pois para Burroughs a linguagem é um vírus.
Passa então dias errando pelo deserto com uma espingarda, atirando para o alto. Burroughs, o paranóico. O ''Noam Chomsky do submundo''. O admirado e pouco lido ''príncipe negro'' da literatura norte-americana.
Mas sobrevive. Atravessa as décadas e assiste a um show de oportunismo com seu nome. Escreverá ''The Western Lands'' (1987), outra obra máxima após ''Almoço Nu'' (1959), e outras tantas, sempre lançadas em silêncio, seguirão depois.
É fotografado ao lado de bandas de rock, cantores de rap, cineastas e artistas performáticos. Sorri para a imprensa e ensina aos novatos a arte da dissimulação. Aparece na TV de seu país em um comercial para uma marca japonesa de tênis. A frase, na tela, é profética: ''Eu acredito em alta tecnologia''.
Sobre seu rosto, uma sucessão de imagens da história do homem no século 20. A Segunda Guerra Mundial, a chegada à Lua. Burroughs com um terno negro e um chapéu. Uma figura sinistra.
Pouco antes da morte, dizia adorar apenas os gatos que circulavam por sua casa e pensava profundamente sobre caviar.
Sentia horror por uma sociedade que criava estado policial para controlar o desejo de fumar um cigarro no trabalho, bar e restaurante. Duvidava da qualidade da vida. Tinha fé apenas em si mesmo.



dia de ação de graças, 28 de novembro de 1986
agradeço pelo peru selvagem e os pombos passageiros, destinados a virar merda nas saudáveis tripas americanas.
agradeço por um continente a espoliar e envenenar.
agradeço pelos índios por garantirem uma módica dose de desafio e perigo.
agradeço pelas vastas manadas de bisões para matar e depelar e depois deixar as suas carcaças à putrefação.
agradeço pelos troféus de caça de lobos e coiotes.
agradeço pelo sonho americano, por inventar lorotas até que elas brilhem à luz do dia.
agradeço pela klu klux klan. aos policiais que matam negros e os contabilizam. às decentes beatas de igreja com suas mesquinhas, interesseiras, feias e perversas caras.
agradeço pelos adesivos de “mate uma bicha em nome de jesus cristo".
agradeço pela aids de laboratório.
agradeço pela proibição e pela guerra contra as drogas.
agradeço por um país onde a ninguém é permitido cuidar da seus próprios problemas.
agradeço por uma nação de dedos-duros.
agradeço, sim, todas as lembranças – ok, deixa eu ver o que você tem nas mãos!
você foi sempre uma dor de cabeça e uma encheção de saco.
agradeço pela última e maior traição do último e maior sonho dos sonhos humanos.

(tradução de Leo Gonçalves)


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domingo, 14 de setembro de 2014

Pelada Poética no Leme

Quarta passada tive a alegria de participar da Pelada Poética no Leme, na cidade do Rio de Janeiro, bem no iniciozinho da praia de Copacabana. A convite do poeta e colega de editora, Marcos Bassini, tive a oportunidade de conhecer a poesia carioca. Foi uma experiência marcante e surpreendente. A poesia do Rio de Janeiro é cheia de cores, é uma poesia forte, intensa, é uma poesia com tons de verão e bastante musical. Os cariocas tem um certa leveza e uma intimidade secreta com a poesia, é lindo de ver e, especialmente, de ouvir.
Nessa oportunidade, também conheci o ator e poeta, Eduardo Tornaghi, e o autor do blog Poema Diário, Daniel Russell Ribas, que rendeu boas conversas e troca de aprendizado. Claro, aproveitei ainda para compartilhar um pouco dos poemas do Mosaicos. E por fim (pena que teve fim!), trouxe para Porto Alegre o Senhorita K, do Bassini, e deixei com ele o meu Mosaicos. 
Foi uma experiência linda! Ainda quero ir em muitos saraus da Pelada Poética no Leme!

Fotografia: Clara Állyegra Lyra Petter

Fotografia: Clara Állyegra Lyra Petter


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quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Attila József



Foi um poeta húngaro que nasceu em 11 de abril de 1905, em Budapeste, Hungria, e morreu em 3 de dezembro de 1937, em Balatonszárszó.
Filho de mãe lavadeira e pai operário da indústria de sabões, Jószef publicou pela primeira vez seus poemas quando tinha apenas dezessete anos.
Tendo adotado o marxismo como ideologia (inclusive filiando-se ao Partido Comunista) em sua poesia retrata com intimidade a vida do proletariado. A luta pela justiça social foi extremamente marcante em sua vida e obra. Ao mesmo tempo – como não podia deixar de ser, pela proximidade com que viveu com a solidão e a miséria – seus versos são marcados por uma densa melancolia.
Imerso em profunda depressão e atormentado pela esquizofrenia, Attila Jószef se atirou sob um trem de carga aos 32 anos de idade, deixando uma obra brilhante e original, ainda pouco difundida no Brasil.
Segue a tradução de dois dos seus poemas:

DIZEM (trad. Egito Gonçalves)

Quando nasci tinha uma faca na mão.
Dizem: é poesia.
Mas peguei na pena, melhor ainda que a faca.
Nasci para ser homem.


Alguém soluça uma felicidade apaixonada.
Dizem: é amor.
Chama-se ao teu seio, simplicidade das lágrimas!
Só contigo eu brinco.


Não recordo nada e também nada esqueço.
Dizem: como é possível?
O que deixo cair mantém-se sobre a terra.
Se o não encontro, tu o encontrarás.


A terra me aprisiona, o mar me dilacera.
Dizem: um dia morrerás.
Mas dizem-se tantas coisas a um homem
que nem sequer respondo.

--

CORAÇÃO LEVE (trad. Nelson Ascher)

Não tenho pai nem mãe
nem deus nem pátria-amada
nem berço nem caixão
nem beijo ou namorada.

Há três dias não como
nem muito ou mesmo pouco.
Meus vinte anos são tudo;
meus vinte vendo ou troco.

Caso ninguém os queira,
o diabo que os arrende.
meu coração nem pesa
se roubo ou mato gente.

Sou preso, executado,
no chão santo acolhido
e erva letal recobre
meu coração garrido.




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domingo, 31 de agosto de 2014

The Celestial Railroad (銀河鉄道の夜)

Compartilhando hoje um dos vídeos do Studio Kagaya. Eu sempre fui fã dos desenhos do Kagaya (ainda me prometi de escrever sobre ele aqui!), agora fiquei super encantada com as animações que o estúdio dele faz. Pena que no Youtube só tem esses trechinhos...Essa animação é baseada no conto Viagem Noturna no Trem da Via Láctea, que conta a jornada de dois garotos, dentro de um trem que ruma pelas constelações.




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terça-feira, 26 de agosto de 2014

A Educação Pela Pedra


João Cabral de Melo Neto, em 1966, ano em que foi publicado o livro A Educação Pela Pedra, já era conhecido por sua poética fortemente marcada pela racionalidade, concretude e rigor estrutural. Nesta obra, Cabral sintetiza sua trajetória que passou por uma tendência surrealista com seu livro de estreia Pedra do Sono, até o regionalismo de Morte e Vida Severina.

A composição do livro tem, digamos, características matemáticas. Só para citar algumas:
-  Totaliza 48 poemas que estão divididos em quatro partes iguais contendo 12 poemas cada;
- Todos os poemas são compostos por duas estrofes que, embora não sigam uma métrica fixa, dão uma impressão de uniformidade;
- As quatro partes do livro são nomeadas pelas letras: a, A, b, B; sendo que as minúsculas são formadas por poemas de 16 versos e as maiúsculas por poemas de 24 versos. Também os temas dos poemas são condicionados às letras.

Em A Educação Pela Pedra,  a linguagem é seca, avessa ao sentimentalismo, à adjetivação que venha a tornar o poema menos concreto. É o aprender pela pedra: pelo exato, compacto, aparentemente vazio de poesia. Esta didática é descrita, em pormenores, num dos poemas do livro que, não por acaso, também leva o nome de A Educação Pela Pedra:

A Educação Pela Pedra

Uma educação pela pedra: por lições;
Para aprender da pedra, frequentá-la;
Captar sua voz inenfática, impessoal
(pela de dicção ela começa as aulas).
A lição de moral, sua resistência fria
Ao que flui e a fluir, a ser maleada;
A de poética, sua carnadura concreta;
A de economia, seu adensar-se compacta:
Lições da pedra (de fora para dentro,
Cartilha muda), para quem soletrá-la.


Outra educação pela pedra: no Sertão
(de dentro para fora, e pré-didática).
No Sertão a pedra não sabe lecionar,
E se lecionasse, não ensinaria nada;
Lá não se aprende a pedra: lá a pedra,
Uma pedra de nascença, entranha a alma.


Outro dos grandes poemas do livro é Os Vazios do homem. Aqui Cabral consegue dar sua lição (sem prejuízo do lirismo e das características que constroem o livro) realizando uma reflexão sobre o interior do homem. Prova que ele aprendeu muito bem antes de ensinar.

Os Vazios do Homem
Os vazios do homem não sentem ao nada
do vazio qualquer: do do casaco vazio,
do da saca vazia (que não ficam de pé
quando vazios, ou o homem com vazios);
os vazios do homem sentem a um cheio
de uma coisa que inchasse já inchada;
ou ao que deve sentir, quando cheia,
uma saca: todavia não, qualquer saca.
Os vazios do homem, esse vazio cheio,
não sentem ao que uma saca de tijolos,
uma saca de rebites; nem têm o pulso
que bate numa de sementes, de ovos.

Os vazios do homem, ainda que sintam
a uma plenitude (gora mas presença)
contêm nadas, contêm apenas vazios:
o que a esponja, vazia quando plena;
incham do que a esponja, de ar vazio,
e dela copiam certamente a estrutura:
toda em grutas ou em gotas de vazio,
postas em cachos de bolha, de não-uva.
Esse cheio vazio sente ao que uma saca
mas cheia de esponjas cheias de vazio;
os vazios do homem ou o vazio inchado:
ou vazio que inchou por estar vazio.



quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Exilado I

Que saudade do meu violão
De sua madeira e seu cheiro
Saudade do seu peso e do seu som
Suas cordas macias
E seu braço sempre enriste
Tocá-lo e voltar a cantar como antes
Utilizando-o como instrumento
Mas impulsionado pelo coração.
(João Petrillo)
 
 
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segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Jogo Rápido com Andy


Quem?

Natural do Rio Grande do Sul, Andy é produtora cultural e aspirante a curadora. É também cantora da banda Indoouvindo e articuladora de outros projetos musicais.






Signo: Sagitário
Um livro: O caminho da perfeição, de A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada
Uma frase: "Tudo passa"
Uma música: Rima rica, de Filipe Catto
Um lugar: Laguna, Santa Catarina
Uma comida: Qualquer coisa com camarão
Uma bebida: Vinho
Um filme: O som do coração
Melhor sensação: Alegria
Pior sensação: Impotência
Uma pessoa que inspira você: Filipe Catto
Um animal: Gato
Uma planta: Lírio e samambaia
Um mês: Novembro
Estação: Primavera
Um artista: Johnny Depp
Sobre a arte: Expressão à flor da pele
Se você fosse um país seria: Brasil
Uma cor: Laranja
Um valor:  Vida. Personalidade...
Uma mensagem final: Tudo é energia e isso é tudo que há. Sintonize a frequência que você deseja e, inevitavelmente, essa é a realidade que você terá. Não tem como ser diferente. Isso não é filosofia. É física. (Albert Einstein)





sábado, 16 de agosto de 2014

Poetas do Amanhecer



"Nem dia. Nem noite. Amanhecemos", é o mantra cantado pelo grupo Poetas do Amanhecer, que tem como proposta compartilhar os escritos de seus integrantes, todos nascidos no estado do Rio Grande do Sul. A ideia é trazer a arte sincera, ou seja, tudo aquilo que emana do íntimo, do olhar que se tem da vida, as ebulições internas, da interação que se tem com o mundo. Como o grupo mesmo diz: " Trazer à tona o poema sincero, que desperta apenas por despertar, apenas para ser poema."
Poetas do Amanhecer, até o momento, é formado por três integrantes: João Petrillo, Michelle C. Buss e Silvério Bittencourt. Os escritos são todos divulgados em uma página do Facebook. 
Trabalhos de poetas convidados, de outros estados ou de fora do grupo, também pintam na página, lembrando que a arte tem sempre essa face bonita de interação e (re)construção. Sugestões de blogs e eventos também são materiais publicados. Dá uma conferida na página e no blog :)





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domingo, 10 de agosto de 2014

O Livro Vermelho (Liber Novus)



Carl Gustav Jung, reconhecida figura a nível de cenário mundial, foi o criador da Psicologia Analítica, também conhecida como psicologia junguiana. Seu trabalho teve um amplo impacto além dos círculos profissionais: quando se pensa em psicologia os primeiros nomes que vem à tona são de Freud e Jung, tamanha a força que suas ideias tiveram e foram assim disseminada nas artes, no cinema, nas humanidades e cultura popular.
O Livro Vermelho de Jung, ou Liber Novus ("livro novo") é uma importante obra, a qual se manteve oculta por setenta anros, sendo apenas em 2009 trazida a público. Essa obra traz as vivências do psicoterapeuta, acompanhada de ilustrações produzidas pelo próprio Jung.
O livro inicia em dezembro de 1913, quando Jung tem uma visão enquanto viajava para visitar uma parente. A visão mostra uma Europa coberta por um mar de sangue, com milhares de cadáveres boiando, do norte até o sul A princípio, Jung acreditou estar sofrendo de uma grave crise psíquica, supondo que a visão era um prenúncio de uma doença mental. Pouco tempo depois na Europa eclode a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e então Jung pode compreender o sentido antecipatório da visão que tivera. As imagens que brotavam a partir daí em fluxo cauteloso em fantasias e sonhos falavam também de algo interno. Jung estava iniciando sua jornada interior, uma profunda transformação. 
O Livro Vermelho traz experiências vividas pelo psicoterapeuta, suas próprias Imaginações Ativas. Essa obra não é um simples relato de vida, mas a própria vida que tomou forma de palavra, uma busca pela verdade interior.


Para ver uma amostra do Livro Vermelho, basta acessar:


sábado, 26 de julho de 2014

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eu que não entrei
no avião e
não fui recebido
pelo teu calor;
eu que não
me enfiei sem
convite no teu
apartamento e...
no meio da noite
me enfiei debaixo
das tuas cobertas;
eu que não pulei
cedo da cama
e passei um chá
pra acabar com
o inverno; eu que
não levei você
pra comer temaki
num lugar
que só você
sabe onde é;
eu que não passei
meus dedos pelos
teus cabelos curtos
e nem roubei um
beijo na esquina
enquanto esperava
o sinal abri;
eu que não sentei
em posição de
lótus só pra
impressionar e
nem recitei haicais
de bashô
ou os lindos
versos de rumi;
eu que fiquei
aqui só, na
esperança de
amar teu ser
com distância
e afago;
eu que não
apaguei a
luz ao sair
e esqueci que
é no escuro
que
os gatos pardos
se divertem.



(Guilherme Ziggy)


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quinta-feira, 24 de julho de 2014

Yamato


Yamato (ou Otoko-tachi no Yamato) é um filme japonês, lançado em 2005. Yamato é um filme revolucionário e também comovente (confesso que chorei vendo).
O filme inicia com Makino Uchida (Kyoka Suzuki) chegando ao sul do Japão. Lá ela procura por alguém que possa lhe alugar um barco e levá-la até o lugar onde afundou, há 60 anos atrás, o navio de guerra, Yamato. Todos se negam em atender esse pedido, até que Makino encontra Katsumi Kamio (Tatsuya Nakadai), ex-tripulante do navio. Nessa jornada até Yamato, Kamio revive sua lembranças, compartilhando-as com Makino.
Em abril de 1945, Yamato, o maior e  mais poderoso navio de guerra do mundo parte em uma missão suicida. O desejo maior dos mais de 3000 tripulantes a bordo é proteger seus entes queridos, suas famílias, seus amigos e seu país. Eles partem corajosamente nessa missão.
Apesar de Yamato parecer ser um filme de guerra, de todo ele não o é, pois não explica as razões do desta em si, mas se foco no conflito dentro de cada ser humano, especialmente dos rapazes da Marinha Imperial, que se veem em meio às dúvidas sobre a obrigação de sacrificar-se para tentar salvar seu país.
Para produzir essa obra-prima, 600 milhões de yenes foram gastos na construção de um cenário que é uma réplica exata dos 190 metros da proa à popa do Yamato, algo sem precedentes na história cinematográfica japonesa. A direção é de Junya Sato que dá vida à história original de Jun Henmi.




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quarta-feira, 23 de julho de 2014

A Culpa é das Estrelas


A Culpa é das Estrelas é um romance de John Green. E apesar de muita gente criticar o livro porque virou cultura pop, bem eu li e gostei! Gostei pela escolha do tema, pelos diálogos inteligentes. Gostei porque emociona, porque toca, porque os personagens parecem que são vivos, ali transbordando de emoção. A linguagem é simples, tranquilo de ler, tanto que em três horas eu já havia lido tudo. Mas obviamente, não é só pela linguagem que se lê tão rápido, mas porque é bom. A trama é envolvente e faz você querer terminar. Faz você também repensar sobre muitas e muitas coisas, porque por mais bonita que seja a história, é bastante triste. John Green não tem medo de falar de tristeza e mostrar uma nuance desse tipo de realidade.
A Culpa é das Estrelas conta a história de dois adolescentes que se conhecem em um Grupo de Apoio para Crianças com Câncer. Hazel, tem apenas dezesseis anos e é uma sobrevivente que continua na luta, ela teve câncer na tireoide e como marca desse tratamento, desenvolveu metástase em seus pulmões. Augustus Waters, dezessete anos, perdeu a pena para o osteosarcoma. O livro trata da jornada dos dois, da luta contra o câncer, da descoberta do amor e das pequenas alegrias da vida. Nessa obra, John Green mostra sobre a alegria e a tragédia que é viver e amar.



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terça-feira, 22 de julho de 2014

Assistência Técnica em Informática

Indico muito! Salvou meu notebook da Dell e ainda cobrou um preço justo, além de cuidar direitinho de todos os arquivos e depois organizá-los.





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segunda-feira, 21 de julho de 2014

Deva Premal e Miten no Brasil


Deva Premal e Miten vem encantando o mundo com suas lindas vozes, cantando antigos e sagrados mantras, tocando almas e corações. Suas vozes têm ecoado por diversas partes do mundo, emocionando mais e mais as pessoas com seu trabalho. Deva Premal e Miten tem essa energia boa de através de sua música abrir o coração e a mente das pessoas para conhecerem e reconhecerem o sagrado poder dos mantras. No Facebook, a dupla possui uma página com muitos seguidores expressando sua admiração e gratidão. No Brasil, um grupo de fãs criou a página "Deva Premal e Miten no Brasil", com a finalidade de divulgar o trabalho deles por aqui. Confere aí e não esquece de curtir! :)



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domingo, 20 de julho de 2014

A Cruz de Brighid


Brighid também conhecida por Brigit, Bríde, Briget, Briid é uma Deusa muito popular na Irlanda. A palavra "Brig", em irlandês arcaico, significa força, poder. A popularidade dessa deusa é tamanha que o catolicismo acabou por canoniza-la, surgindo então a Santa Brígida de Kildare.
Tanto a deusa como a santa carregavam consigo a famosa "Cruz de Brighid", que é feita da palha de trigo, poderoso símbolo solar. Essa cruz é fixada nos telhados e no interior das casas e das portas dos estábulos para proteção das casas e animais.
É dito que nas ilhas Arann (na Irlanda), essas cruzes se conservavam a vida toda, servindo de um dato importante para se deduzir a antiguidade da morada, devido precisamente ao número de cruzes acumuladas.
As cruzes eram confeccionadas de palha de trigo, sendo o entrelaço feito da esquerda para direita, seguindo o curso do sol.

 

Como tanto a santa como a deusa são protetora das mulheres que estão para dar a luz, é um costume comum invocar essa divindade. Em Ulter, quando uma mulher está para dar à luz,  a parteira põe uma cruz de Brighid nos quatro cantos da casa e depois canta os seguintes versos: "Four corners to her bed, four angel at her head. Mark, Matthew, Luke and John; God bless the bed that she lies on. New moon,  new moon, God bless me. God bless this house and family."
Essa cruz também tem ligação com o fogo, com a lareira, com a cura e com a água. Abaixo, uma oração a deusa Brighid.

Brigid, deusa vitoriosa da luz,
Cubra-me com teu manto sagrado, 
Vigie-me sempre com teus olhos, 
Proteja-me com teu cajado, 
De manhã e até anoitecer, 
Por onde eu andar ou estiver,
De dia ou de noite, que eu seja sempre protegida, 
Honrada, acolhida e favorecida, 
Brigid, Deusa poderosa e protetora, 
Fique ao meu lado e seja a minha companheira, 
Minha conselheira, guardiã e defensora! 
 A Naoimh Bhrid Gui Orainn 

(pronuncia-se A Nem Brid Gui Orin que significa “Santa Brigid ore por nós”!)

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