sábado, 31 de maio de 2014

Nota de viver

a utilidade da poesia é igual
a de uma nuvem alaranjada,
a de um tapete de folhas mortas
deixando o outono mais outono.
são coisas que brotam alegria pro mundo,
que fazem azul nossa alma ilhada.
se é pra existir seja por isso:
o espantamento que mora no simples,
a canção que os olhos escutam.

(Silvério B.)

terça-feira, 27 de maio de 2014

Oficina de Tambores Celtas



Inscrições até o dia 02 de Junho

Datada no última Lua Nova que antecede o solstício de inverno, a OFICINA DE TAMBORES CELTA honra o diálogo ancestral entre a Grande Mãe e o Rei Azevinho, convidando à todos que participarem a abraçar o novo, a transformação e renovação de uma nova vida.
Acompanhando o ciclo da lua após a "grande conversa" podemos prever que tipo de novo ano que estará vindo, além de conectar-se com a ancestralidade celta, descobrindo seu animal de poder, mentores e dons ainda ocultos. Para isso a Oficina oferecerá Jornadas de Imersão e vivências dentro da cultura com fidelidade e ancoramento.
Através do Oráculo Milenar das Runas, poderá se conhecer mais sobre os símbolos sagrados, seus significados e como aplicá-los.
A Celebração da Deusa Brigite será honrada com danças, contos, músicas e instrumentos ancestrais, criando um verdadeiro ambiente Celta em equilíbrio com o sagrado feminino e o sagrado masculino.
Convidamos à todos que desejam despertar seu Instrumento de Poder e despertar seus dons para esse novo ano dentro da egregora Sagrada dos Celtas.

Irmão Águia
Ancorador e condutor de todo o trabalho, trará sua experiência na montagem dos tambores em conexão a Sagrada Medicina da Floresta. Trabalhará as noções básicas de toques, cantos xamânicos, Terapia do Fogo Arco-Íris Terapia de limpeza e conduzirá a Cerimônia de Consagração e Despertar do espírito do Tambor com ritual da Ayahuasca e Cachimbo de Mistérios. Para selamento do instrumento de poder, fará Jornada Celta de Animais de Poder.
Válquiria da Costa
Guardião de todo o alimento típico oferecido durante o evento, apresentará as diferentes e sagradas formas de alimentação do povo Celta, purificando e nutrindo à todos. Conduzirá a conversa sobre o Oráculo sagrado das Runas, trazendo leituras, interpretações e utilização.
Denise de Freitas
Aprofundará contos e conduzira as conexões celtas na Jornada aos Ancestrais, despertando dons pessoais ocultos e símbolos individuais de poder. Também trará a magia e alegria de Danças Tradicionais Celtas e auxiliará na exposição sobre o Oráculo Sagrado das Runas.
Caio Haag
Músico experiênte no manuseio e cuidado do bódhran, ministrará Workshop sobre toques desse instrumento sagrado , uso, manuseio e cuidados necessários com tambor celta. Trazendo um pouco de sua história e mitologia.
Dhyan Zen
Anfitrião do Sítio Terra Zen, zelará pelo fogo ancestral. Trabalhará a energia desse elemento sagrado também na Meditação Kundalini. 
Lindseyara Oliveira
Trará Cantos sagrados em horna a Mãe Divina, conectando a ergregora celta de arte, consagração e beleza. 

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Mosaicos, de Michelle C. Buss



Mosaicos, livro de poemas de Michelle C. Buss, idealizadora desse blog, muito dedicada estudante de Letras, poeta exemplar... oras, mas como assim poeta exemplar? Um poeta -- quando é poeta de verdade verdadeira, mesmo mesmo -- nunca escreve por hobby (no caso dos poetas escreventes, porque existem sim os poetas que pintam, os poetas que esculpem, que cantam, tocam etc. etc. Basta que não baste respirar pra ser poeta, o importante mesmo é tocar a vida, ouvir a música, essa é a arte), escreve sempre por paixão, necessidade de abandono. Escrever é uma tábua de salvação, usando uma metáfora bem popular.; um ofício que exige máximo respeito e dedicação. Eu digo sempre que isso de ser poeta é um sacerdócio. E quando alguém chega e me fala: "Acho que vou começar a escrever poesia", eu trato logo de convencer do contrário se noto que esse alguém não PRECISA realmente "carregar água na peneira", como no poema de Manoel de Barros (arrogância minha? pode até ser, mas foi a forma que encontrei de expulsar os mercadores do templo). Volta e meia a gente encontra dessas almas que nasceram sob a estrela da poesia, estão envoltas numa aura de mistério e vão causando rupturas por onde passam; pássaros ou outras coisas etéreas que tomaram forma de gente. Acho que a Michelle está entre essas almas: Acho. Só pra não falar de certezas absolutas. E Mosaicos é o primeiro livro dela, é uma beleza.
Mosaicos é estelar. A paixão pelas palavras, a relação consciente-inconsciente, imagens tremendamente cósmicas (alguns poemas simulam verdadeiros caleidoscópios), a natureza sem filtros e também simplicidade e concisão, qualidades de quem conhece o terreno e não veio ao mundo pra brincar de poeta ou enfileirar palavras. Muitas influências -- pois a autora é também uma grande leitora -- que só acrescentam à originalidade latente do livro. É um mosaico e tanto.
Tive a honra de ser o primeiro (ou um dos primeiros) a ler alguns dos poemas de Mosaicos e acompanhei parte da trajetória da Michelle até chegar ao atual nível de beleza e sinceridade na arte das palavras. Posso dizer com toda certeza que este livro é produto de muito esforço de aperfeiçoamento, raro talento e vivência na poesia. Vivência na poesia, sim; essa é a parte mais difícil e ela conseguiu.

A imagem da capa já está disponível (aquela lá no início do post, lindíssima!) e o livro já se encontra no catálogo da Editora Patuá em pré-venda (entrega após o lançamento que ocorre em junho).

E este é um dos poemas que a Editora Patuá divulgou no site. Dos três, o meu preferido, só de ler eu já sinto cheiro de natureza:

Há coisas que não
cabem em um poema:
a suave ondulação
que se desenha
na superfície da água
quando a cigarra
gentil
se molha.

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quarta-feira, 14 de maio de 2014

Vicente Huidobro


 Vicente García-Huidobro Fernandéz  (Santiago do Chile, 10 de janeiro de 1893 — Cartagena, 2 de janeiro de 1948), foi um importante poeta chileno. Grande inovador, fundou o Criacionismo, um movimento poético de vanguarda que via o criador artístico como "um pequeno Deus", capaz de insuflar na criação um sopro de vida tão poderoso que colocava sua obra ao lado das obras da própria natureza.
Huidobro foi também um dos precursores da poesia visual, publicando seu primeiro caligrama (imagem abaixo) em 1912 na revista Musa Jovem, fundada por ele.


Transcrevo abaixo o poema Arte Poética, um dos meus preferidos do autor. Trata do poder real de criação do qual as palavras são carregadas (:

Arte poética

Que el verso sea como una llave
que abra mil puertas.
Una hoja cae; algo pasa volando;
cuanto miren los ojos creado sea,
y el alma del oyente quede temblando.

Inventa mundos nuevos y cuida tu palabra;
el adjetivo, cuando no da vida, mata.

Estamos en el ciclo de los nervios.
El músculo cuelga,
como recuerdo en los museos;
mas no por eso tenemos menos fuerza:
el vigor verdadero
reside en la cabeza.

Por qué cantáis la rosa, ¡oh, Poetas!
Hacedla florecer en el poema.

Sólo para nosotros
viven todas las cosas bajo el Sol.

El poeta es un pequeño Dios.

sábado, 10 de maio de 2014

Show da banda Indoouvindo



Ingressos antecipados na Escola Estúdio Musique
Telefone: 32267866
Rua Espírito Santo, Centro Histórico, 204 Porto Alegre
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terça-feira, 6 de maio de 2014

Festival de Wesak


Durante a Lua Cheia do mês de maio, a Lua de Touro, é celebrado o Festival de Wesak. Esse festival é considerado a celebração máxima do budismo no vale dos Himalias, na Índia, em honra a Siddartha Gautama.
'Wesak' em sânscrito, significa maio. Diz-se que todos os grandes acontecimentos e momentos decisivos da vida de Gautama ocorreram durante esse mês.
Os espiritualistas acreditam que durante o festival de Wesak, as portas de Shambhala são abertas. Shambhala é um local místico citado em textos de diversas tradições do oriente. Esse paraíso encontra-se em algum ponto do deserto de Gobi, ladeado pela China a leste, Sibéria ao norte, Tibete e Índia ao sul, Khotan a oeste. A manifestação de Shambhala diz-se que ocorre a nível etérico e mental, podendo ser penetrada apenas pelos indíduos cujo bom karma o permite. Todavia, durante Wesak, as energias de Shambhala se alinham a todos aqueles que, verdadeiramente, buscam o caminho da iluminação e espiritualidade. Nesses dias muitas pessoas entram em estado meditativo e buscam entrar em sintonia com Shambhala.

Por que a Meditação na Lua Cheia de Touro?

Além de ser celebrado o Festival de Wesak, no período dessa lua há ciclos no fluxo e refluco das energias espirituas, com os quais os grupos, tanto quanto os indivíduos podem conscientemente cooperar. Esse é um tempo mágico em que as canalizações de energia em grupo são potencializadas. Amor, Luz, Paz e Cura são derramadoas por toda esfera energética da Terra, é um momento de expansão de consciência.


 (Escrito para Núcleo Estrela Cristal)


Fontes: http://www.caminhosdeluz.org/A-161.htm 


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segunda-feira, 5 de maio de 2014

O Velho e o Mar


A novela de Ernest Hemingway, O Velho e o Mar, ganha uma pequena adaptada em formato de animação. A criação é por conta do artista russo Aleksandr Petrov e é simplesmente linda. Utilizando-se da técnica de desenhar em pranchas de vidro, apagando e repintando detalhes de cenas a cada mudança de quadro, Petrov cria imagens com um tom onírico e um tanto etérico. Outro detalhe interessante, o artista não utiliza pincéis, mas os próprios dedos!
Essa animação conquistou um Oscar na categoria melhor curta de animação. Outros trabalhos desenvolvidos por Petrov e que são verdadeiras riquezas da literatura são: A Sereia (Púchkin) e Sonho de um Homem Ridículo (Dostoiévski)

 


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sábado, 3 de maio de 2014

O Furacão Maiakóvski


Vladimir Mayakovsky (Baghdati, Império Russo 19 de Julho de 1893 - Moscou, Rússia, 14 de Abril de 1930) é considerado um dos maiores poetas do século XX, ao lado de Ezra Pound e T.S. Eliot. Revolucionário, participou do partido bolchevique desde a década de 1910, divulgando o novo regime principalmente através de poemas e da confecção de cartazes. Sua poesia é revolucionária na forma e no fundo, uma arte extremamente elaborada. Criador excepcional, mestre no uso de rimas inusitadas, na veemência do discurso, na criação de imagens, hábil manipulador de signos, acreditava que “sem forma revolucionária não há arte revolucionária”. Foi também um ótimo artista gráfico, escreveu roteiros para o cinema, peças teatrais e um ensaio teórico. Influenciou profundamente a poesia de vanguarda mundial. 
Em 1930, decepcionado com  a realidade do seu ideal revolucionário e infeliz no amor (as paixões que teve, raramente correspondidas, não bastaram para saciar seu espírito pleno de utopias -- em uma carta para Lília Brik, o grande amor de sua vida, escreveu: “O amor é vida. O amor é o cora­ção de tudo. Se ele inter­rom­per o seu tra­ba­lho, todo o resto morre, faz-se exces­sivo, des­ne­ces­sá­rio. (…) Sem você não há vida.”), disparou um tiro contra o próprio peito, pondo fim à sua intensa passagem por este mundo.
Segue o poema que Maiakóvski dedicou ao grande poeta russo Sierguéi Iessiênin, do qual era admirador, em resposta ao suicídio deste.

A SIERGUÉI IESSIÊNIN (Tradução de Haroldo de Campos)

Você partiu,
                 como se diz,
                                    para o outro mundo.
Vácuo. . .
             Você sobe,
                             entremeado às estrelas.
Nem álcool,
                 nem moedas.
Sóbrio.
           Vôo sem fundo.
Não, lessiênin,
                      não posso
                                     fazer troça, -
Na boca
             uma lasca amarga
                                        não a mofa.
Olho -
          sangue nas mãos frouxas,
você sacode
                  o invólucro
                                 dos ossos.
Sim,
       se você tivesse
                             um patrono no "Posto"
-

ganharia
            um conteúdo
                               bem diverso:
todo dia
            uma quota
                           de cem versos,
longos
          e lerdos,
                       como Dorônin
.
Remédio?
               Para mim,
                               despautério:
mais cedo ainda
                        você estaria nessa corda.
Melhor
           morrer de vodca
que de tédio !
Não revelam
                   as razões
                                 desse impulso
nem o nó,
               nem a navalha aberta.
Pare,
        basta !
                   Você perdeu o senso? -
Deixar
          que a cal
                        mortal
                                  Ihe cubra o rosto?
Você,
         com todo esse talento
para o impossível;
                          hábil
                                  como poucos.
Por quê?
             Para quê?
                            Perplexidade.
- É o vinho!
                 - a crítica esbraveja.
Tese:
         refratário à sociedade.
Corolário:
                muito vinho e cerveja.

Sim,
       se você trocasse
                                a boêmia
                                             pela classe;
A classe agiria em você,
                                    e Ihe daria um norte.
E a classe
                por acaso
                               mata a sede com xarope?
Ela sabe beber -
                        nada tem de abstêmia.
Talvez,
          se houvesse tinta
                                    no "Inglaterra"
,
você
        não cortaria
                          os pulsos.
Os plagiários felizes
                              pedem: bis!
Já todo
           um pelotão
                           em auto-execução.
Para que
              aumentar
                            o rol de suicidas?
Antes
         aumentar
                       a produção de tinta!
Agora
         para sempre
                           tua boca
                                        está cerrada.
Difícil
        e inútil
                  excogitar enigmas.
O povo,
            o inventa-línguas,
perdeu
          o canoro
                       contramestre de noitadas.

E levam
             versos velhos
                                 ao velório,
sucata
          de extintas exéquias.
Rimas gastas
                    empalam
                                  os despojos, -
é assim
            que se honra
                                um poeta?
-Não
        te ergueram ainda um monumento -
onde
        o som do bronze
                                 ou o grave granito? -
E já vão
            empilhando
                             no jazigo
dedicatórias e ex-votos:
                                   excremento.
Teu nome
               escorrido no muco,
teus versos,
                  Sóbinov
os babuja,
voz quérula
                 sob bétulas murchas -
"Nem palavra, amigo,
                               nem so-o-luço".
Ah,
      que eu saberia dar um fim
a esse
          Leonid Loengrim!

Saltaria
            - escândalo estridente:
- Chega
            de tremores de voz!
Assobios
             nos ouvidos
                              dessa gente,
ao diabo
             com suas mães e avós!
Para que toda
                    essa corja explodisse
inflando
            os escuros
                            redingotes,
e Kógan

               atropelado
                               fugisse,
espetando
                os transeuntes
                                      nos bigodes.
Por enquanto
                    há escória
                                    de sobra.
0 tempo é escasso -
                              mãos à obra.
Primeiro
             é preciso
                           transformar a vida,
para cantá-la -
                      em seguida.
Os tempos estão duros
                                   para o artista:
Mas,
        dizei-me,
                     anêmicos e anões,
os grandes,
                 onde,
                          em que ocasião,
escolheram
                  uma estrada
                                     batida?
General
            da força humana
                                     - Verbo -
marche!
            Que o tempo
                               cuspa balas
                                                 para trás,
e o vento
             no passado
                              só desfaça
um maço de cabelos.
Para o júbilo
                   o planeta
                                 está imaturo.
É preciso
              arrancar alegria
                                     ao futuro.
Nesta vida
                morrer não é difícil.
O difícil
           é a vida e seu ofício

 

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Portão do Céu



Para quem adora a esfera celeste e é usuário de Facebook, compartilhamos uma novidade, a página Portão do Céu.
Portão do Céu é aquele tipo de página linda (cheia de imagens bacanas) e que ainda traz um monte de conhecimentos legais sobre astronomia. Entre as publicações de Portão do Céu, tem um espaço reservado para as constelações, uma parceria com a nosso caderno, Esfera Celeste.
Então, que tal dar uma conferida lá? :))


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