domingo, 31 de agosto de 2014

The Celestial Railroad (銀河鉄道の夜)

Compartilhando hoje um dos vídeos do Studio Kagaya. Eu sempre fui fã dos desenhos do Kagaya (ainda me prometi de escrever sobre ele aqui!), agora fiquei super encantada com as animações que o estúdio dele faz. Pena que no Youtube só tem esses trechinhos...Essa animação é baseada no conto Viagem Noturna no Trem da Via Láctea, que conta a jornada de dois garotos, dentro de um trem que ruma pelas constelações.




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terça-feira, 26 de agosto de 2014

A Educação Pela Pedra


João Cabral de Melo Neto, em 1966, ano em que foi publicado o livro A Educação Pela Pedra, já era conhecido por sua poética fortemente marcada pela racionalidade, concretude e rigor estrutural. Nesta obra, Cabral sintetiza sua trajetória que passou por uma tendência surrealista com seu livro de estreia Pedra do Sono, até o regionalismo de Morte e Vida Severina.

A composição do livro tem, digamos, características matemáticas. Só para citar algumas:
-  Totaliza 48 poemas que estão divididos em quatro partes iguais contendo 12 poemas cada;
- Todos os poemas são compostos por duas estrofes que, embora não sigam uma métrica fixa, dão uma impressão de uniformidade;
- As quatro partes do livro são nomeadas pelas letras: a, A, b, B; sendo que as minúsculas são formadas por poemas de 16 versos e as maiúsculas por poemas de 24 versos. Também os temas dos poemas são condicionados às letras.

Em A Educação Pela Pedra,  a linguagem é seca, avessa ao sentimentalismo, à adjetivação que venha a tornar o poema menos concreto. É o aprender pela pedra: pelo exato, compacto, aparentemente vazio de poesia. Esta didática é descrita, em pormenores, num dos poemas do livro que, não por acaso, também leva o nome de A Educação Pela Pedra:

A Educação Pela Pedra

Uma educação pela pedra: por lições;
Para aprender da pedra, frequentá-la;
Captar sua voz inenfática, impessoal
(pela de dicção ela começa as aulas).
A lição de moral, sua resistência fria
Ao que flui e a fluir, a ser maleada;
A de poética, sua carnadura concreta;
A de economia, seu adensar-se compacta:
Lições da pedra (de fora para dentro,
Cartilha muda), para quem soletrá-la.


Outra educação pela pedra: no Sertão
(de dentro para fora, e pré-didática).
No Sertão a pedra não sabe lecionar,
E se lecionasse, não ensinaria nada;
Lá não se aprende a pedra: lá a pedra,
Uma pedra de nascença, entranha a alma.


Outro dos grandes poemas do livro é Os Vazios do homem. Aqui Cabral consegue dar sua lição (sem prejuízo do lirismo e das características que constroem o livro) realizando uma reflexão sobre o interior do homem. Prova que ele aprendeu muito bem antes de ensinar.

Os Vazios do Homem
Os vazios do homem não sentem ao nada
do vazio qualquer: do do casaco vazio,
do da saca vazia (que não ficam de pé
quando vazios, ou o homem com vazios);
os vazios do homem sentem a um cheio
de uma coisa que inchasse já inchada;
ou ao que deve sentir, quando cheia,
uma saca: todavia não, qualquer saca.
Os vazios do homem, esse vazio cheio,
não sentem ao que uma saca de tijolos,
uma saca de rebites; nem têm o pulso
que bate numa de sementes, de ovos.

Os vazios do homem, ainda que sintam
a uma plenitude (gora mas presença)
contêm nadas, contêm apenas vazios:
o que a esponja, vazia quando plena;
incham do que a esponja, de ar vazio,
e dela copiam certamente a estrutura:
toda em grutas ou em gotas de vazio,
postas em cachos de bolha, de não-uva.
Esse cheio vazio sente ao que uma saca
mas cheia de esponjas cheias de vazio;
os vazios do homem ou o vazio inchado:
ou vazio que inchou por estar vazio.



quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Exilado I

Que saudade do meu violão
De sua madeira e seu cheiro
Saudade do seu peso e do seu som
Suas cordas macias
E seu braço sempre enriste
Tocá-lo e voltar a cantar como antes
Utilizando-o como instrumento
Mas impulsionado pelo coração.
(João Petrillo)
 
 
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segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Jogo Rápido com Andy


Quem?

Natural do Rio Grande do Sul, Andy é produtora cultural e aspirante a curadora. É também cantora da banda Indoouvindo e articuladora de outros projetos musicais.






Signo: Sagitário
Um livro: O caminho da perfeição, de A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada
Uma frase: "Tudo passa"
Uma música: Rima rica, de Filipe Catto
Um lugar: Laguna, Santa Catarina
Uma comida: Qualquer coisa com camarão
Uma bebida: Vinho
Um filme: O som do coração
Melhor sensação: Alegria
Pior sensação: Impotência
Uma pessoa que inspira você: Filipe Catto
Um animal: Gato
Uma planta: Lírio e samambaia
Um mês: Novembro
Estação: Primavera
Um artista: Johnny Depp
Sobre a arte: Expressão à flor da pele
Se você fosse um país seria: Brasil
Uma cor: Laranja
Um valor:  Vida. Personalidade...
Uma mensagem final: Tudo é energia e isso é tudo que há. Sintonize a frequência que você deseja e, inevitavelmente, essa é a realidade que você terá. Não tem como ser diferente. Isso não é filosofia. É física. (Albert Einstein)





sábado, 16 de agosto de 2014

Poetas do Amanhecer



"Nem dia. Nem noite. Amanhecemos", é o mantra cantado pelo grupo Poetas do Amanhecer, que tem como proposta compartilhar os escritos de seus integrantes, todos nascidos no estado do Rio Grande do Sul. A ideia é trazer a arte sincera, ou seja, tudo aquilo que emana do íntimo, do olhar que se tem da vida, as ebulições internas, da interação que se tem com o mundo. Como o grupo mesmo diz: " Trazer à tona o poema sincero, que desperta apenas por despertar, apenas para ser poema."
Poetas do Amanhecer, até o momento, é formado por três integrantes: João Petrillo, Michelle C. Buss e Silvério Bittencourt. Os escritos são todos divulgados em uma página do Facebook. 
Trabalhos de poetas convidados, de outros estados ou de fora do grupo, também pintam na página, lembrando que a arte tem sempre essa face bonita de interação e (re)construção. Sugestões de blogs e eventos também são materiais publicados. Dá uma conferida na página e no blog :)





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domingo, 10 de agosto de 2014

O Livro Vermelho (Liber Novus)



Carl Gustav Jung, reconhecida figura a nível de cenário mundial, foi o criador da Psicologia Analítica, também conhecida como psicologia junguiana. Seu trabalho teve um amplo impacto além dos círculos profissionais: quando se pensa em psicologia os primeiros nomes que vem à tona são de Freud e Jung, tamanha a força que suas ideias tiveram e foram assim disseminada nas artes, no cinema, nas humanidades e cultura popular.
O Livro Vermelho de Jung, ou Liber Novus ("livro novo") é uma importante obra, a qual se manteve oculta por setenta anros, sendo apenas em 2009 trazida a público. Essa obra traz as vivências do psicoterapeuta, acompanhada de ilustrações produzidas pelo próprio Jung.
O livro inicia em dezembro de 1913, quando Jung tem uma visão enquanto viajava para visitar uma parente. A visão mostra uma Europa coberta por um mar de sangue, com milhares de cadáveres boiando, do norte até o sul A princípio, Jung acreditou estar sofrendo de uma grave crise psíquica, supondo que a visão era um prenúncio de uma doença mental. Pouco tempo depois na Europa eclode a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e então Jung pode compreender o sentido antecipatório da visão que tivera. As imagens que brotavam a partir daí em fluxo cauteloso em fantasias e sonhos falavam também de algo interno. Jung estava iniciando sua jornada interior, uma profunda transformação. 
O Livro Vermelho traz experiências vividas pelo psicoterapeuta, suas próprias Imaginações Ativas. Essa obra não é um simples relato de vida, mas a própria vida que tomou forma de palavra, uma busca pela verdade interior.


Para ver uma amostra do Livro Vermelho, basta acessar: