Sem ti, tudo me enoja e me aborrece;
Luís Vaz de Camões
D'amor tenho provado tal desgosto,
Esta agrura que nunca se conforta,
Que se arrasta no corpo, flébil, morta,
Tal dor que tua falta me tem posto!
A miséria formou neste meu rosto
Sua expressão horrente, crua e torta,
Ó que feição tão fria e tão absorta
Que espelho nenhum já me tem exposto!
Tu me feres de morte tudo n'alma,
E como sangra a chaga do meu peito
A memória fatal da minha vida!...
Do pranto que jamais, aqui se acalma,
O meu riso não mais me foi refeito,
Empós o adeus da tua despedida!...
(Derek Soares Castro)
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