A origem do perfume entrelaça-se com a história da humanidade.
Através dos odores agradáveis que exalavam da queima de madeiras, nossos antepassados primitivos tiveram o primeiro contato com o que se pode considerar o ancestral do perfume.
Através dos odores agradáveis que exalavam da queima de madeiras, nossos antepassados primitivos tiveram o primeiro contato com o que se pode considerar o ancestral do perfume.
Árvores como cedro e pinheiro eram
queimadas com a finalidade de seu odor agradar aos deuses. Sândalo,
canela, mirra, raízes e cascas de outras ervas eram utilizados em
rituais sagrados. É da prática dessa queima que vem o nome perfume: do
latim Per fumus, ‘pela fumaça’.
A ligação do perfume com o divino estendeu-se por séculos. No Egito Antigo, aproximadamente no ano de 3.200
a.C., efetiva-se a arte de elaborar perfumes. Os antigos egípcios
acreditavam que suas preces chegariam mais rápido aos deuses através da
nuvem de fumaça aromática que ascendia aos céus. Além disso, os aromas
também acompanhavam o rito de passagem de morte, o corpo do morto devia
ser conservado tão inalterado e perfumado quanto possível para o encontro com os deuses. Os óleos
essenciais eram comumente utilizados no ritual de mumificação, devido
as propriedades anti-microbianas, presentes nas essências de mirra, musgo de carvalho,
resina de pinho.
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Pélatas de rosa para extração de óleo essencial. |
Ainda nesse período, o perfume começa a se ligar a questões que não eram apenas da ordem religiosa, mas também terapêuticas
e de higiene. Cleópatra, a última rainha do Egito, transcendeu as
funções do perfume, conferindo-lhe o grau de elemento sedutor. Conta-se
que Cleópatra untava-se com essências aromáticas dos pés à cabeça,
criava em torno de si uma aura perfumada e recebia Marco Antônio em uma
cama repleta de pétalas de rosas.
Não apenas o Egito Antigo, mas a antiga
Grécia e a Babilônia reconheciam a importância dos perfumes. Os gregos
cultivavam a arte de usar óleos perfumados, devido a suas funções
medicinais. A Babilônia, por volta de 650 a.C., era um centro comercial
de especiarias e perfumes da época. Os óleos essenciais eram
reconhecidos pelo seu poder terapêutico pelos babilônios.
Os romanos, no período imperial, também eram adoradores de perfume. O gosto por incensos e óleos aromáticos era realmente notável: Roma, durante o século III, transformou-se em capital mundial do banho (um ritual luxuoso que incluia inúmeras sinergias de óleos essenciais). Além disso, dados constam que aproximadamente 500 toneladas de mirra e 250 toneladas de olíbano chegavam a Roma pelo mar. O gosto pelo perfume era tamanho que até mesmo os cavalos eram perfumados…
Os romanos, no período imperial, também eram adoradores de perfume. O gosto por incensos e óleos aromáticos era realmente notável: Roma, durante o século III, transformou-se em capital mundial do banho (um ritual luxuoso que incluia inúmeras sinergias de óleos essenciais). Além disso, dados constam que aproximadamente 500 toneladas de mirra e 250 toneladas de olíbano chegavam a Roma pelo mar. O gosto pelo perfume era tamanho que até mesmo os cavalos eram perfumados…
Um grande passo na perfumaria foi dado
pelos árabes, inventores do primeiro alambique, que durante a Idade
Média desenvolveram técnicas de destilação, porteriomente aperfeiçoadas
pelos italianos.
Durante a Idade Média, a perfumaria
silenciou na Europa Ocidental. Condenada pela Igreja Católica, o uso de
ervas aromáticas ficou restrito apenas a fins farmacêuticos e
medicinais, ou então de ordem religiosa.
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Seleção de fragrâncias. |
O perfume volta aos palcos da história com toda força no ano de 1370,
quando a Rainha da Hungria encomendou o primeiro perfume feito com
solução alcóolica, era o nascimento do primeiro perfume moderno
intitulado de l’eau de la reine de Hongrie. É Catarina de Médicis
quem leva à França em 1533 a cultura do perfume. Esposa do Rei Henrique
II, Catarina era apreciadora de perfumes, quando se mudou para França,
levou consigo seu perfumista pessoal, Renato Bianco, conhecido como René
Blanc, le florentin. A pequena cidade de Grasse, localizada no
sul da França, onde eram produzidos as fragrâncias de Catarina,
converteu-se em capital nacional do perfume.
Durante o reinado de Luis XV é criado o conceito de “corte perfumada”. A
arte da perfumaria estava em alta, e as cortes eram reconhecidas por
seus aromas. Cada nobre, em média, usava um perfume diferente a cada dia
da semana. Rosa, violeta e néroli eram os cheiros mais apreciados.
No século 18, cria-se a ideia de que o perfume está ligado a sedução e sensualidade, surgem novas fragrâncias e fracos diversificados.
No século 18, cria-se a ideia de que o perfume está ligado a sedução e sensualidade, surgem novas fragrâncias e fracos diversificados.
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Frasco de perfume muito usado no século 18. |
A primeira fragrância sintética surge no
século 19, é o marco da indústria da perfumaria. Ainda nesse período, a
França, reconhecida pelas essências e matérias-primas produzidas em
Grasse, transforma-se na capital mundial do perfume.
No século 20, os laboratórios revolucionam a arte da perfumaria, com a descoberta das estruturas das
moléculas perfumadas. É nessa época que o perfume ganha sua conotação
conceitual: inovador, luxuoso, robusto, chique, sensual, sofisticado,
elegante e encantador. Ele também se entrelaça a moda e a beleza.
Atualmente, o perfume não é apenas um
privilégio de ricos. Com os avanços da indústria da perfumaria, perfumes
tornaram-se mais acessíveis. É claro, que o perfume continua sendo um
elemento conceitual, um aglomerado de sensações, imagens, estilos e
muito mais. Afinal como dizia o filósofo Jean-Jacques Rousseau: “O
olfato é o sentido da imaginação”.
Fontes:
Com Ciência
Jorge Roriz
(Michelle Buss)
* Texto elaborado para o blog: http://blog.esteticafacil.com/
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