A consciência é um dia de muito sol. O
inconsciente é uma noite de lua cheia. Desde que li “O homem e seus símbolos”
meu relacionamento com o inconsciente mudou. Antes eu achava o inconsciente uma
sombra que me perturbava com sonhos e sensações inesperadas, após conhecer Jung
percebi no inconsciente um mestre interior.
Uma linha dourada passou a conectar meu
consciente com meu inconsciente a medida que fui reconhecendo esse mestre
interior. E todas as peças confusas dentro de mim foram se organizando e
ganhando forma.
Quantos insights
surgiram após isso? Incontáveis.
Eu compreendi que meu inconsciente só queria
me ajudar. Ele queria que a lagarta sofresse a metamorfose, abrisse as asas e
ganhasse os céus.
E mesmo a escuridão mais sombria da noite
onírica ou as montanhas mais luminosas, tudo passava de profundo ensinamento.
Essas conversas surrealistas com o
inconsciente.
Quando nos permitimos reconhecer o
inconsciente, muitas das correntes de opressão se estilhaçam. Uma sinceridade
branca emana em cada sentimento e escolha.
A vida faz sentido porque é a vida.
O inconsciente é o sábio dos oito caminhos,
que muitas vezes manifesta sinais concretos a respeito das escolhas que devem
ser tomadas. Tudo está interligado e o que acontece aqui dentro reverbera lá
fora.
Quando percebi meu inconsciente e o encarei
de frente, senti que portas se abriram. Era um ritual de iniciação para uma
profunda e constante transformação. Porque nada fica estagnado para sempre. Até
mesmo o Amor se transforma para poder fluir.
Fluir suave, gentil.
Fluir intenso, chocante.
Meu mestre interior me mostra os caminhos,
sussurra segredos dos tempos.
Estou viva.
Conversas com o inconsciente em um
entardecer de verão.
Somos um.
(Michelle C. Buss)
.
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