sábado, 25 de fevereiro de 2012

Vidas Secas



Vidas Secas é uma obra de Graciliano Ramos. Romance narrado em terceira pessoa que aborda uma família de retirantes do sertão nordestino. É considerado um marco na literatura brasileira, especialmente no Modernismo Brasileiro, devido há presença sutil e por vezes direta da crítica à pobreza, fome e desilgualdade social.
Quatro pessoas e uma cachorra peregrinam pelo inóspito cenário da seca e da pobreza do sertão nordestino.Trilhando caminhamos incertos, Fabiano e sua família encontram uma fazenda abandonada e nela se instalam - uma nesga de esperança e alegria brota em seus corações, talvez ali possa surgir um novo horizonte em suas vidas.
Diversos episódios desafiam o sonho de Fabiano de proporcionar a sua família uma vida melhor e segura; uma busca incansável por um lugar fixo e habitável.
Sobreviver é o verbo exato que rege imparcialmente a vida desses retirantes, a ponto de remeter a ideia de que homem se animalizou sob condições degradantes.
Vidas Secas, é o livro mais aclamado do autor, devido a consciência social que existe em seu enredo, sendo alvo de inúmeras análises de críticos por meio da relação do homem x meios naturais e sociais.
A estrutura do livro é considerada como "desmontável", diante ao fato que seus treze capítulos podem ser lidos em qualquer ordem, com exceção do primeiro e do último.
Esta obra não só conquistou inúmeros leitores por todo país, como também pelo mundo, sendo lançado na Polônia, Argentina, República Tcheca, Rússia, Itália, Portugal, França, Espanha e em outros.


“A cachorra Baleia estava para morrer. Tinha emagrecido, o pêlo caíra em vários pontos, as costelas avultavam num fundo róseo, onde manchas escuras supuravam e sangravam, cobertas de moscas. As chagas da boca e a inchação dos beiços dificultavam-lhe a comida e a bebida. (...) Então Fabiano resolveu matá-la. Foi buscar a espingarda de pederneira, lixou-a, limpou-a com o saca-trapo e fez tenção de carregá-la bem para a cachorra não sofrer muito. Sinhá Vitória fechou-se na camarinha, rebocando os meninos assustados, que adivinhavam desgraça e não se cansavam de repetir a mesma pergunta: – Vão bulir com a Baleia? (...) Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme.”


(Imagem retirada do site Google)

.






4 comentários:

  1. Fenomenal abordagem sobre esta maravilhosa obra! O pior é ver que isso ainda é! Prossiga!

    ResponderExcluir
  2. Fenomenal abordagem sobre esta maravilhosa obra! O pior é ver que isso ainda é! Prossiga!

    ResponderExcluir
  3. Fenomenal abordagem sobre esta maravilhosa obra! O pior é ver que isso ainda é! Prossiga!

    ResponderExcluir
  4. Obrigada, Vinícius. Realmente, é triste o fato de que a pobreza, fome e desigualdade social ainda assolam o sertão nordestino do Brasil.

    ResponderExcluir