terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

As Esperanças de Sempre

 Sempre esperamos um tempo que não acontece. Nessa espera, nossas marcas vão nos deixando cada vez mais calejados e sempre cheios de caladas vozes. Gritos abafados. As esperas doem, machucam, ferem-nos na rotina secular. Há séculos os homens esperam que a planta cresça. Que a verdade desabroche, que a vela se mantenha acesa nas horas de pura ventania. Estou do lado dessa gente que espera uma porta trancada se abrir. Esperamos sempre de um dia a outro dia, a palavra rouca que sempre destece os dias. Erguemos, portanto, a pedra e esperamos que ela fique no ar. Sem cair, somos feitos de puros encantos de parado tempo. O tempo pára para o homem e sua espera.

(Eduardo Nagai)


Para mais textos do autor, acesse: http://nagaiver.blogspot.com/


 



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