quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Amor

Ela pediu, manhosa, a ele: "Prova que me ama?". E ele permaneceu em silêncio por alguns segundos até soltar essas palavras: "Seria muito fácil se o amor fosse como uma ciência exata e tivessem fórmulas para comprovar sua existência. Ou se fosse uma mágica que a gente pratica e mostra a todos. Eu bem que queria também abrir o meu peito e mostrar para você o amor iluminando o meu coração. Isso, entretanto, não é possível. Também queria que funcionasse através de comandos assim: você me pediria "faça uma tatuagem com meu nome", eu vou lá e faço; "me dá um presente tal", eu vou lá e dou; "cante uma música na frente de mil pessoas", eu vou lá e canto. Isso, mais uma vez, não seria amor, seria obediência. E cá entre nós, amor não é obediência. O que talvez poderíamos comparar com o amor é a fé, porque você precisa confiar em mim. Você me ama ,ou não me ama. Você crê em mim ou não crê. Eu digo que te amo e espero que você confie em mim. Porque se não confiar, isso não é amor o que você sente. Além de fé, podemos comparar o amor a uma luta incessante. A todo o momento temos que estar do lado da pessoa amada, quando ela precisar da gente, procurar a palavra certa a cada momento, fazer carinho se a pessoa gosta de carinho, falar que ama, quando a outra estiver carente, etc. Além disso, o amor exige paciência. Entender a outra pessoa. Se colocar na pele dela. De vez em quando, brigar por ciúmes. E depois pedir desculpas. Sentir vergonha quando for conhecer a família da amada. Isso tudo é amor. Ter paciência de passar por todas essas situações. Você me perguntava há alguns minutos se eu posso te provar que te amo? Então te digo, que te amo e espero que confie em mim. Se não confia, tenho que lutar por essa confiança. Conquistá-la, porque se você me pergunta isso, é porque ainda não conquistei o seu amor.


(Eduardo Nagai)


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