sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O que é política?

Não sou o tipo de pessoa que aprecia escrever textos sobre moralidade ou gritar protestos. Não, definitivamente não é meu gênero favorito. Entretanto, observando essa última eleição, envolvi-me em reflexões sobre o quanto o cidadão vota de forma consciente. Será mesmo que somos munidos de consciência política?!
Quantas pessoas sabem o que realmente significa política? Você sabe??
Considera-se Política a arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados. Uma ciência voltada para zelo aos assuntos internos e externos da nação.
A política é oriunda da Grécia, surge nos tempos em que os gregos estavam organizados em cidades-Estados nomeadas “polis”. O termo política deriva-se do grego antigo πολιτεία (politeía), que indicava todos os procedimentos relativos à “polis”, ou cidade-Estado. Sendo assim, o termo política está estreitamente ligado ao significado de sociedade, comunidade e coletividade.
Isso sugere que toda a pessoa que ocupa um cargo político deveria trabalhar em prol da sociedade, pelo bem da coletividade. Mas será que isso é levado à risca quando um político elege-se?! Pelo jeito não... quantas denúncias de corrupção, promessas não cumpridas, ações de interesse pessoal, atos de ilegalidade pintam o nosso cenário político? Inúmeros... A palavra política distorce-se em significados negativos e o povo já está acostumado a associar política com sujeira, devido ao péssimo comportamento de nossos candidatos. E isso acontece por quê?!
Boa parte dos nossos candidatos participa de uma eleição por puro interesse pessoal, seja pelo status ou pelo lucro que isso adicionará a suas vidas. Ideias de coletividade, sociedade, muitas vezes são postos em segundo plano, ou então, lembrados na hora da reeleição, mostrando os “serviços” prestados à comunidade. Como se fosse obrigação um político prestar serviços à comunidade, quando na verdade é um dever, já que a política deveria estar preocupada tão somente com a administração e organização de uma sociedade
Mas é claro que não é apenas responsabilidade dos nossos políticos se as coisas não andam bem. É também dever do cidadão participar desse cenário de forma consciente. Como isso? Votando com discernimento (não na sigla do partido, nem na pessoa, mas nas propostas) e depois de eleito o candidato, relembrando-o de cumprir o que foi descrito em seu plano de governo.
Certo, isso seria o ideal, não é mesmo? Pena que nós sabemos que POUCAS pessoas agem dessa forma. Que maior parte das vezes o que ocorre é:
 - Boa parte da população por comodismo ou por frustração com o cenário político, acha que política é algo sujo ou desimportante.
- Um número considerável da população vive uma “cegueira política”, votando apenas na sigla. Não importa se os candidatos não são aptos, o que importa é que ele é da sigla tal. Ou então, outra categoria de “cegueira política” é votar na pessoa: porque eu conheço o fulano, porque ele é bom, legal, ou bonito. Esquecem-se de analisar se esse fulano é mesmo competente e se suas propostas condizem com a realidade.
- Política virou sinônimo de “lucro” ou “status”. Algumas pessoas candidatam-se ou para serem bem pagas, ou para serem reconhecidas, ganharem fama.
- O eleitor vota porque seus interesses pessoais condizem com as “promessas” do candidato.
E aí, vira essa bagunça, essa sujeira, essa desilusão. Quando em graus elevados de distorção, o mau uso da política acaba se tornando o motivo para separar famílias, vizinhos, amigos... provocando rivalidades ao ponto de destruir e aniquilar vidas. É o mau uso da política agindo em âmbito pessoal, tudo é levado a nível pessoal: “se fulano votou no candidato rival ao meu, não é porque ele tem uma opinião e ideais diferentes de mim, é porque ele é um filha da puta, mesmo”. “Se ciclano apoia tal político que não é o meu, ele é ignorante e daqui para frente meu inimigo”... e por aí a banda toca. Ah, mas você pode ter achado um exagero tudo isso... quem sabe, um pouco. Mas garanto que não é nada muito diferente do que tenho visto.
É que nos falta consciência política, é que nos falta cumprir nossos deveres de cidadão, é que nos falta coragem e força de vontade para defender nossos direitos de cidadão. Aí é claro, tudo muito claro: o que deveria servir para organizar uma sociedade, serve para desorganizar.
Não sou o tipo de pessoa que aprecia escrever textos sobre moralidade ou gritar protestos. Só que cansei de comodismo, cansei de apenas reclamar e reclamar, sem nada fazer. Que esse texto seja um pequeno passo de civismo (misturado ao desabafo), para os meus demais que estão por vir. 

(Michelle Buss)


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