sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Antípoda do amor

Não escrevo hoje com o intuito de fazer um tratado a respeito do assunto, muito menos julgamentos. Escrevo hoje guiada por uma reflexão que tive dia desses ao ver algumas pessoas, vamos dizer, "brigando".
Então, pergunto: o que é o ódio?!
Alguns me responderiam que é a raiva potencializada... 
Outros, diriam que ódio é antipatia, aversão ao extremo...  desgosto, rancor, inimizade...  o forte desejo de evitar ou destruir aquilo que gera repulsa...
Respondo então, ódio é tudo isso e mais... ódio é aquele sentimento impuro que sufoca cada célula do nosso corpo. Que não apenas faz mal ao odiado mas ao "odiador". O ódio nasce quando não temos controle sobre nossas emoções.... ele destrói praticamente tudo por onde passa... perdura mais que a raiva... o ódio parece ter uma aura de eternidade quando uma vez alimentado...
Está certo que somos humanos e que certas vezes nos irritamos, sentimos raiva (que por si já faz muito estrago), mas ódio!... é muito triste ver alguém sentir ódio, alimentá-lo.
E sabe que no fim, no fim eu concordo que é por ser oposto do amor que o ódio sofre... o ódio sofre...
Deixo um soneto do meu amigo e grande poeta Vaine Darde que ilustra esse titã que é o antípoda amor, o ódio: 


O Ódio


O ódio gasta a lentidão das horas
abrindo fendas no clamor das preces
E ri das dores onde a vida chora
e tanto fere que de si padece...

O ódio vive de morrer de fúria
cravando as unhas onde a calma sonha
e tanto goza a propalar injúrias
que sorve a raiva para beber peçonha.

O ódio fia cada nova teia
com toda mágoa que retém nas veias,
ferindo a paz para gozar a dor.

E tanto insano quanto corrosivo
embora finja ter outros motivos...
o ódio sofre por não ser amor.

(Vaine Darde)



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