terça-feira, 29 de março de 2011

Cata o vento.

Puxando através tempo,
Cavando entre gerações,
Encontro meu catavento
Aquele das coleções!

Das coleções do vento;
Das coleções do mar
Das coleções do tempo
Que insiste em me atropelar.

Gira, gira, gira catavento!

Traz de volta aquele tempo
Que, sem querer, deixei por lá.

Gira, gira, gira catavento!

De tenso verso e reverso,
Surge diante da lua
E vem dizer pra amiga tua
Que ainda pretendo voltar!

Gira, gira, gira catavento!

Torce o ar.
Bebe o mar
E faz dançar
A criatura que me faz amar.

Gira, gira, gira catavento!

Forma a fôrma da ideia
Chuta a mim aquela velha
A que de longe assisto há tempo
A tentar fundo o seu intento!

Ah, catavento!
Pode parar!

Duas vezes tu girou,
Vinte vezes foi-se o ar.


(Lucas Reis Gonçalves)




Para mais poemas, acesse: http://www.lucasreisgoncalves.com/


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