segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Sonata lunar

As asas negras ruflam em silêncio,
Atravessam o sombrio do azul,
Cortam astros pela madrugada,
Sorvem a luz fria de um luar vazio.
As asas negras rompem os desígnios
De signos celestes e divinos
Abrem janelas de passados esquecidos,
Esquivam-se pela noite em luto,
Adentram o profundo do sono,
Invadem os sonhos imaculados,
Distorcem seu tempo, mudam seu ritmo
Transmutam cenários:
A insônia dos salgueiros,
O abandono dos plátanos,
Para um jardim de lavandas
Sob a tintura de um céu anil.
As asas negras, anjo da noite,
Sortilégios transcendem de ti…
Diz para mim, ser tão etéreo,
Por que visitas os meus delírios?
Por que enxuga com teus lábios
as lágrimas noturnas que rolam do meu rosto
enquanto me afogo em pesadelos?
Por que tu, sombra do breu?
Enquanto o mundo toca seu violino calado,
Um anjo da noite guarda meu sono…


 
(Michelle C. Buss)
 
 
Mais poesias: http://eadrom.wordpress.com/


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