quinta-feira, 23 de junho de 2011

The Lady of Shalott

The Lady of Shalott é um poema ou balada vitoriana, escrito pelo inglês Alfred Tennyson. O poema tem temática arturiana inspirado nas fontes medievais.
Lady of Shalott é Elaine de Astolat, dama que morre devido ao amor não correspondido por Lancelot.
Elaine também é conhecida como Elaine, a Branca, ou Elaine, a Fada. É filha de Bernand de Astolat, que certa feita organizou um torneio no qual rei Artur e seus cavaleiros se fizeram presentes. Nesse torneiro Elaine conhece Lancelot e por ele se apaixona. Esse mesmo incidente marca o fim da vida da Dama de Shalott, a donzela amaldiçoada, que morre de desgosto por não ser correspondida.
Elaine é o símbolo do amor intenso, daquele sentimento que é tão forte e sublime, desenfreado, que consome o coração. É a pureza e a fraqueza, é o sutil, o esmorecer. É preferível partir do que sobreviver em um mundo de ilusões ou em uma realidade fria e amargura.
Não importa o seu tear, não importa sua vida, a morte é sua única libertação.

The Lady of Shalott [Looking at Lancelot] - Waterhouse

Em outra estória, a qual figura o poema de Tennyson, Elaine vive sozinha em uma torre na ilha que se chama Shalott. Sobre ela paira uma maldição: ela não pode olhar diretamente para Camelot, onde ficaria o castelo e a corte do Rei Arthur, ou algo de mal lhe aconteceria. Pela proibição, ela deve enxergar tudo através de um espelho, sombras e reflexos. Ela cumpre sua sina até que, um dia, olhou diretamente o cavaleiro da corte do Rei Arthur, Lancelot, próximo de sua torre. Ao olhar para ele, seu espelho se quebrou e a maldição teve início. Ela deixa a torre, vestida de branco e desce o rio guiando um barco. Ela canta uma canção triste e morre aos poucos.

LADY OF SHALOTT

(Lord Tennyson)

I
Em ambos os lados por onde o rio se estende
Longos campos de cevada e centeio
Que vestem o descampado e tocam o céu
E através dos campos o caminho passa
Para demasiadas torres de Camelot
E a gente passa para cima e para baixo
Contemplando os lírios floridos
A redonda ilha alí em baixo
A ilha de Shalott

II
Branqueados salgueiros, faias trémulas
A aragem anoitece e treme
Através da onda que corre para sempre
Junto à ilha no rio caindo para Camelot
Com paredes cinzentas e quatro cinzentas torres
Abrangendo um espaço de flores
E a silenciosa ilha, o aposento
Da Sra. de Shalott

III
Apenas ceifeiros, ceifando cedo
Por entre a desafiadora cevada
Ouve-se a canção que ecoa do fundo do coração
Claramente serpenteando do rio
Descendo para as torres de Camelot
E ao luar o ceifeiro cansado
Atando as coisas nas elevadas montanhas
Ouvindo os sussurros de fada
A Sra. de Shalott

IV
Ali ela tece noite e dia
Um mágico tecido com cores alegres
Ela ouviu um sussurro dizendo
Uma maldição sobre ela, se ela ficar
Olhando em baixo na direcção de Camelot
Ela não sabe o que pode ser a maldição
E portanto continua tecendo firmemente
E ela tem outro pequeno cuidado
A Sra. de Shalott

V
E mexendo-se através de um claro espelho
Que todo o ano está na sua frente
Aparecem sombras do mundo
Ali ela vê de perto a imponente estrada
Sinuosa descendo para Camelot
E às vezes através do azul espelho
Cavaleiros vem montando dois a dois
Ela não tem leal e verdadeiro Cavaleiro
A Sra. de Shalott

VI
Mas no seu tecido ela ainda se delicia
Tecendo no espelho mágicas visões
Com frequência através das silenciosas noites
Um funeral com galardões e luzes
E música, vai para Camelot
Ou quando a lua estava suspensa
Vinham dois jovens amantes recém casados
Estou meio enferma de sombras, disse
A Sra. de Shalott

VII
Uma seta vinda dos beirais dos seus aposentos
Ele cavalgou entre os molhos de cevada
O sol veio ofuscando por entre as folhas
E brilhou sobre os desavergonhados iscos
Do arrojado Sir Lancelot
A noite cruzada de vermelho para sempre ajoelhada
A uma senhora e seu escudo
Que cintila no amarelo campo
Junto à longínqua Shalott

VIII
O seu amplo e claro cume brilha ao sol
Com o ventre polido e dilatado o seu cavalo de batalha segue caminho
Sob o seu capacete pendem
Negros como carvão os seus caracóis enquanto cavalga
Enquanto cavalgava descendo para Camelot
Do interior e desde o rio
Em relâmpago pelo espelho de cristal dentro
"Tirra Lirra" pelo rio
cantou Sir Lancelot

IX
Ela deixou o tecido, ela deixou o tear
Ela deu três passos no quarto
Ela viu a frescura dos nenúfares
Ela viu o capacete e a pluma
Ela olhou em baixo para Camelot
Voou para fora, o tecido e pairou ao largo
O espelho quebrou-se de um lado ao outro
"A maldição vem sobre mim" gritou
A Sra. de Shalott

X
O cansado e violento vento de leste
A pálida floresta em declínio
Em seu leito a corrente queixa-se
Do pesado e lento céu a chuva cai
Sobre as torres de Camelot
Ela desce e encontra um barco
Por baixo flutuava um salgueiro
Que rodou à passagem
Da Sra. de Shalott

XI
Desce o sombrio e vasto rio
Como um arrojado profeta em transe
Vendo todo o seu próprio infortúnio
Com um vítreo semblante
Ela olhou para Camelot
E ao fechar do dia
Ela perde o rumo e deita-se
A corrente levou-a para longe
À Sra. de Shalott

XII
Ouviu-se um cântico, piedoso, lamento
Cantado alto, cantado humildemente
Enquanto o seu sangue lentamente gelava
E os seus olhos escureciam completamente
Virando-se para Camelot e suas torres
Antes que chegasse a maré,
À primeira casa junto à margem,
Cantando a sua canção ela morreu
A Sra. de Shalott

XIII
Sob torres e varandas
Em muros de jardins e galerias
Uma reluzente forma pairou no ar por perto
Palidez inerte entre as altas casas
Silêncio em Camelot
Vieram em direcção ao molhe
Cavaleiros, burgueses, senhores e damas
E à volta da proa leram o seu nome
Da Sra. de Shalott

XIV
Quem é? E o que está aqui?
E no iluminado e próximo palácio
Extinguiu-se o som dos reais trompetes
E benzeram-se de medo
Todos os cavaleiros de Camelot
Mas Lancelot meditou pausadamente
Ele disse "ela tem um encantador rosto
Deus na sua misericórdia concedeu-lhe a graça,
The Lady of Shalott"



Na pintura de John  William Waterhouse há três velas que simbolizam as vidas que lhe restavam, duas já estão apagadas.




Atualmente, a cantora iralndesa Loreena McKennitt transformou o poema Lady of Shalott em canção.


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