segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Poeta e Amante - Pablo Neruda



Pablo Neruda foi um importante cônsul e poeta chileno, uma das maiores vozes da literatura de língua castelhana do século XX.
Neruda nasceu em Parral, filho de um operário ferroário (José del Carmen Reyes Morales) e de uma professora primária (Rosa Basoalto Opazo), morta quando Nerudo tinha apenas um mês de vida.
Pablo Neruda é na verdade o pseudônimo de Ricardo Eliecer Neftalí Reyes Basoalto, que foi adotado por esse em sua adolescência , inspirado no escritor checo Jan Neruda. Pseudônimo que seria utilizado durante toda a sua trajetória vida  e que, mais tarde, o tornaria seu nome legal após ação de modificação de nome civil.
Desde de muito jovem Neruda revelara seu talento: com apenas 17 anos, enquanto cursava pedagogia em francês na Universidade do Chile, Pablo Neruda obtém seu primeiro prêmio na festa de primava, com  "A Canção de Festa", marcando assim o início de uma brilhante caminhada literária que, no ano seguinte, tornaria-se mais evidente com a publicação de ‘Crepusculário' e logo após com “Vinte poemas de amor e uma canção desesperada”,exaltando uma forte marca do modernismo.
Em 1927, Neruda dá início a sua carreira diplomática. Tal fato concede ao poeta uma nova visão de mundo a qual seria transportada a sua obra literária. As viagens de Neruda o permitiram conhecer inúmeras e importantes pessoas do universo cultural - em Buenos Aires, conheceu Garcia Lorca, e em Barcelona Rafael Alberti.
A política na vida de Neruda também marca sua poética em duas vertentes: uma lírica, angustiada e apaixonada; outra com versos de cunho político e, em alguns momentos, com características épicas.
A obra lírica de Neruda é tingida por acentuada emoção e humanismo. Amor, mulheres, o mar, a esfera celeste, a natureza são muito presentes nos seus versos. Aliás, amor e mulheres são marcantes -  poemas sensuais, transcendentes, instigantes, por vezes enigmáticos e reflexivos.
Neruda era não apenas poeta, era amante. As mulheres de sua vida contribuíram, inevitavelmente, com sua habilidade em tratar de temas românticos com tanta intimidade, de forma tão inflamada, até a exaustão. Sua escrita é plena de imagens vívidas, sensoriais, táteis.
A metáfora, foi a figura de linguagem mais utilizada em sua obra - Neruda era um mestre em construção de metáforas.

No ano de 1971, seu livro autobiográfico 'Confesso que Vivi' foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura.

"... Deixa que o vento corra, coroado de espumas, que me chame e me busque galopando na sombra, enquanto eu, mergulhado nos teus imensos olhos, nesta noite imensa, descansarei, meu amor..."

No mesmo ano que Neruda consquista o Nobel, também lhe é conferido o Prêmio Lênin da Paz.
A obra completa de Pablo Neruda reúne mais de 40 livros, escritos entre 1923 e 1973.



Poema XLIV

Saberás que não te amo e que te amo
posto que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.

Eu te amo para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo ainda.

Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desafortunado.

Meu amor tem duas vidas para amar-te. 
Por isso te amo quando não te amo
e por isso te amo quando te amo.


(Retirado de: Cem sonetos de amor)
 




Fontes:
www.fundacionneruda.org/
http://www.suapesquisa.com/biografias/pablo_neruda.htm
http://amediavoz.com/neruda.htm
http://educacao.uol.com.br/espanhol/ult3324u33.jhtm


(Imagens retiradas do site Google)

2 comentários:

  1. Nossa, adoro Pablo Neruda. Quando eu fazia graduação em Letras, lembro que eu ficava desesperado em aprender espanhol, não entrava na minha cabeça, e não gostava de espanhol por causa dos traumas que eu tive de uma professora da graduação, daí eu comecei a aprender quando eu lia os poemas do Pablo Neruda, daí dava vontade de entender e curtir o que ele falava, o primeiro livro que eu li foi esse Cem sonetos de amor. Muito bom, foi legal ler esse post e viajar nesse tempo da faculdade :D

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  2. Eu adoro Neruda, também!
    O primeiro livro que li dele também foi Cem Sonetos de Amor!
    Que bom que tu gostaste, Eduardo!

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